Quem estuda a Pedagogia de Freinet e trabalha com ela diariamente percebe que se trata muito mais do que de uma simples proposta pedagógica - quase uma filosofia de vida. Nessa proposta, a criança é vista como um ser autônomo e que tem a capacidade de escolher, sob orientação e de acordo com seu próprio interesse, as atividades que serão desenvolvidas. Ela é vista também como um ser racional capaz de, desde muito cedo, opinar e fazer críticas sobre fatos ou assuntos que lhe são expostos. Dessa forma, são dados a ela o direito e a oportunidade de raciocinar sobre tudo aquilo que lhe é proposto, e tudo passa a ser mais significativo. O livre arbítrio também é respeitado entre as crianças, assim como suas escolhas e recusas, mas sempre analisando-se os motivos desta ou daquela decisão. Para Freinet, assim como o adulto, toda criança já possui dentro de si uma consciência moral: cabe ao educador ajudá-la a desenvolver e aprimorar essa moral primitiva.