Saiba mais sobre as plantas não convencionais usadas no desafio Masterchef do episódio de 02/08. Todas essas plantas não são facilmente encontradas à venda, mas podem ser procuradas diretamente com feirantes ou agricultores de sua região. Para fazer mudas, você pode buscá-las na natureza, em viveiros ou em bons sites de venda de mudas e sementes. Capeba ou Pimenta de Folha (Piper umbelatum) Ainda chamada de folha santa e pariparoba, é nativa, parente da pimenta do reino, e apesar da textura áspera, cozida torna-se macia, aromática e muito saborosa, com sabor levemente apimentado. Pode ser usada, pelo seu formato e tamanho, como invólucro, ou para fazer charutinho e trouxinha, e até para embrulhar alimentos, como peixes e legumes. Cortada finamente, substitui a couve em diversos refogados, podem muito bem acompanhar até mesmo a tradicional feijoada. Pode ser usada até mesmo para aromatizar bebidas, drinks e chocolates. É vendida em algumas feiras livres como capeba ou pariparoba, embora o nome pariparoba possa referir-se à outras plantas. Na dúvida, leve uma foto para o feirante para ter certeza de comprar a planta correta. Também é usada na medicina caseira como digestiva, para tratar inflamações e até mesmo para resfriados. Taioba (Xanthosoma saggitifolium) A taioba é uma das maiores verduras conhecidas, podendo chegar a mais de um metro, de coloração verde e formato de coração. Seu sabor é delicado, suave, parecido com a couve e o espinafre. Por ser rica em clorofila, além de ferro e vitamina A, é usada para dar cor verde-esmeralda à sopas, caldos, massas e até macarrão. Tradicionalmente acompanha diversos pratos caipiras, como o virado de feijão, o creme de milho, a polenta e o feijão Não se engane, a taioba pode apenas ser consumida cozida, porque crua pinica dolorosamente a boca e pode levar a problemas de saúde graves. Para cozinhar, remova as partes mais grossas da folha, pique-a e ferva-a brevemente para remover as toxinas, deixando-a segura e saborosa para uso. Muitas plantas tem as folhas parecidas com a taioba, como a taioba-brava e o inhame. Para aprender a diferenciá-las, já ensinamos aqui. A taioba é uma planta nativa, da qual a raiz pode ser consumido assim como o inhame, chamado muitas vezes de mangará. Gosta de ambientes sombreados e úmidos, sendo uma das poucas hortaliças que não precisa de sol para se desenvolver, crescendo até no meio da floresta. Multiplica-se por brotos que surgem em torno da planta-mãe. Vinagreira (Hibiscus sabdariffa e Hibiscus acetosella) A vinagreira, também chamada de hibisco, recebe esse nome devido ao seu sabor extremamente ácido. É uma planta versátil - das suas flores e frutos é feito o famoso chá emagrecedor de hibisco, vermelho e ácido, e das suas folhas, é feito o típico arroz de cuxá, no Maranhão, podendo ainda render geleia de folhas, ácidas e saborosas, para acompanhar assados e carnes. Nutritivas e saborosas, são encontradas nas cores verde quanto na versão roxa. É uma planta que gosta de pleno sol, pode ser cultivada até mesmo em vasos, durando vários anos e produzindo frutos uma vez ao ano. Os frutos e flores são vendidos secos para chá. Para saber mais sobre usos, propriedades e cultivos, pode conferir aqui. Lírio do Brejo (Hedychium coronarium) O lírio do brejo, na verdade, é parente do gengibre, e não do lírio - seu nome é dado às suas flores brancas e perfumadas, que também são comestíveis e podem ser consumidas cruas. A raiz espessa e rosada tem um aroma inconfundível, e apesar de não ter picância, substitui o gengibre em diversos pratos e bebidas. Pode ser usada para aromatizar cremes, geleias, drinks, assim como para temperar peixe e molhos para salada. Também é opção para substituir a galanga, planta comum em pratos tailandeses ainda incomum por aqui. As folhas podem ser usadas para assar carnes e peixes no estilo pupeca, enrolados na folha e colocados para gratinar diretamente sobre brasas, emprestando um sabor característico ao alimento. Tem grande potencial na culinária, devido ao seu sabor único e facilidade de cultivo. Peixinho (Stachys bizantina) O peixinho-da-horta, por vezes chamada de orelha-de-lebre e pulmonária, é famosa no paisagismo, por suas folhas acinzentadas, peludas e macias, podendo ir direto para a panela e usada como verdura. Por seu sabor delicado, pode ser empanada e frita como lambari, e tem um suave sabor de peixe frito. As folhas podem ser usadas em massas, recheio de tortas e até mesmo em lasanhas. Em saladas não é recomendada, devido à sua textura "peluda". Pode ser cultivada à pleno sol, formando verdadeiras moitas e crescendo rapidamente, tanto em vasos quanto na horta. Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata, Pereskia grandiflora) A ora-pro-nobis tem esse nome estranho, que quer dizer rogai por nós, porque diz a lenda que em Minas Gerais era colhida escondida pela população na igreja, especialmente na hora da missa, quando o padre não estava olhando. Trata-se de uma verdura de folhas suculentas, usada tradicionalmente na região de Sabará, em Minas Gerais. Apesar do sabor suave, ficou famosa no meio vegetariano e natureba devido ao seu alto teor de proteínas, vitaminas, e pela sua facilidade de cultivo. De textura levemente visguenta, recomenda-se prepará-la junto de alimentos úmidos, como feijão ou angu, ou usar algumas gotas de limão para minimizar a textura escorregadia. Pode ser cultivada em meia-sombra ou pleno sol, sendo de crescimento rápido, muito produtiva e de grande porte quando plantada diretamente no chão. Seus frutos também são comestíveis, apesar dos espinhos. Falamos sobre todas as variedades e formas de preparo nessa postagem aqui. Malvavisco (Malvaviscus arboreus) O malvavisco parece um hibisco cujas flores nunca abrem de fato, nas cores vermelha e rosada. As flores são usadas como decoração comestível, assim como as folhas jovens podem sem usadas como a couve, finamente picadas. São nutritivas, de sabor delicado, parecido um pouco com a couve . Por tratar-se de uma planta ornamental, é muito produtiva e atinge tamanho grande, produzindo folhas e flores o ano todo, sendo considerada fonte de abundância por quem está acostumado a consumi-la. Capuchinha (Tropaeloum majus) A capuchinha, essa plantinha ornamental e rasteira, também é usada em diversos países na alimentação. Parente distante da mostarda e da rúcula, tem folhas picantes e muito saborosas, usadas em saladas, omeletes, patês e até mesmo tortas. Suas flores comestíveis são as mais famosas e podem ser encontradas nas mais diversas cores, com sabor delicado de agrião. Seus frutos também podem ser transformados em picles e usados de forma similar à alcaparra. É uma planta rasteira, que aprecia climas mais frios e fica linda no inverno. Não é exigente quanto adubação, mas gosta de bastante água e forma lindas touceiras floridas. Multiplica-se facilmente por estacas ou mesmo por sementes, sendo de crescimento rápido. Trapoeraba (Commelina ssp Tradescantia fluminensis) A trapoeraba é chamada também de erva-de-santa-luzia. É uma planta rasteira, uma das mais comuns de serem encontradas em hortas, áreas irrigadas,jardins e nascendo até na calçadas. Das plantas, é uma das mais resistentes e produtivas, de crescimento super rápido. Por gostar de sombra, pode ser plantada até dentro de casa. Na cozinha, os brotos macios são usados em saladas, e refogada entra em diversos pratos, substituindo o espinafre. Seu sabor é suave, e é muito nutritiva. Tupinambo (Helianthus tuberosus) O tupinambo é chamado em inglês de sunchoke ou jerusalem artichoke, e nativo da América do Norte, é pouco comum no Brasil, sendo cultivado apenas em regiões mais frias, caso contrário precisa hibernar em geladeira por todo o inverno. Trata-se de planta parente do girassol, que produz batatas muito apreciadas por seu sabor semelhante ao da alcachofra, textura crocante e adocicada, podendo ser usado cru ou cozido. É muito produtivo e tem grande potencial na gastronomia.