Texto sobre o Estado Novo (1937-1945), como foi esse período em que o Brasil foi governado ditatorialmente por Getúlio Vargas, principais momentos, etc.
União Nacional em 1939 … … e em 1941 Presidenciais de 1949 Panfletos e cartazes in: Biblioteca Nacional Digital, Ephemera
Portugueses Votai no Estado Novo. Cartaz do plebiscito à Constituição de 1933, João Ferreira Litografia Nacional, impresso, 74,4 x 99,5 cm. Lisboa, março de 1933, Portugal. Esta foi a única Constituição a ser aprovada por sufrágio referendário. Num universo eleitoral de cerca de um milhão e trezentos mil eleitores, as abstenções e os votos em branco contaram como votos a favor. A entrega do boletim em branco – onde constava a pergunta “Aprova a Constituição da República Portuguesa?” – contava como um “sim“, enquanto que o “não” deveria ser expressamente escrito. O sufrágio era obrigatório e muitas das liberdades fundamentais […]
No século XX, surgiram regimes fascistas devido à grande instabilidade política e social, que faziam com que a população lutasse por um governo forte e que lhes pudesse oferecer uma solução para a crise a que estavam sujeitos. Estes regimes fascistas acabam por se alargar por vários países da Europa. Assim, como o fascismo desenvolvido por Mussolini em Itália e mais tarde Salazar opta, por seguir este mesmo regime, dando origem ao Estado Novo. A Europa, nesta altura vivia um clima muito oportuno aos regimes autoritários. O que favorecia imenso a sua ascensão. Uma vez que iria garantir às pessoas uma melhoria da situação que estavam sujeitos. No início as pessoas encaram a ascensão destes regimes de uma forma muito positiva, contudo, a maneira repressiva como actuava já não ia ao encontro das suas expectativas. PORTUGAL, O INICIO DA “SUA” DITADURA A primeira República foi vivida com uma grande instabilidade política, social e económica. Tirando vantagem desta situação, o general Gomes da Costa em 28 de Maio de 1926, lidera uma revolta e acaba por instaurar uma Ditadura Militar. Baseada em regimes fascistas – especialmente no italiano de Mussolini que se vinha a consolidar desde 1922 -, cria um Estado autoritário, e um governo opressivo que tinha em vista a melhoria da condição de Portugal e a balança deficitária. Porém, esta ditadura não conseguia dar uma solução aos principais problemas económicos e sociais. Com vista a solucionar os problemas, que cada vez se agravavam mais, no ano de 1926, Salazar é convidado para ministro das finanças. Contudo a sua estadia no cargo foi curta. E em 1928, Salazar é nomeado por Óscar Carmona para exercer as funções de ministro das finanças novamente, e acaba por se destacar por ter conseguido uma balança positiva para o Estado. Porém, exigiu o controlo de todas as despesas e receitas dos ministérios, impondo uma forte autoridade e rigor. A sua “missão” foi cumprida, e deste modo ficou visto como “O Salvador da Pátria”. Com estes resultados em 1932, é nomeado Presidente do Conselho de Ministros. Em 1933, Salazar consegue o apoio político que era necessário para a aprovação de uma nova Constituição corporativa. A Constituição de 1933 que põe fim à Ditadura Militar e inicia o Estado Novo. Apesar de a Constituição privilegiar o Presidente da República – que teria poderes para nomear o presidente do conselho e o seu governo de ministros, na realidade o regime presidencialista bicéfalo não se sucedia dessa maneira. A autoridade de Salazar foi sempre incontestável, mostrando o seu poder sempre superior ao poder do Presidente da República. A Constituição de 1933 recusava a soberania popular. “Não há Estado forte onde o poder executivo o não é.” – António Ferro, Decálogo do Estado Novo. As poucas eleições que se realizavam recaiam sempre sobre os mesmos candidatos – para a Presidência da República era Óscar Carmona – e sobre o mesmo partido – União Nacional na Assembleia Nacional. A Constituição de 1933 concedia também ao Estado Novo um carácter, para além de anti-liberal, anti-democratico, era igualmente pelo que vimos Uni-partidário. O Estado Novo, caracterizou-se por ser, á semelhança das outras ditaduras da Europa, Nacionalista. A conservação dos valores, da história e da herança do povo português era crucial para a estadia do regime na liderança dos país. “Deus, Pátria e Família” mostraram-se as bases da ideologia do regime. Resultado deste Nacionalismo, foi a doutrina de Nacionalismo Económico denominada de Autarcia. Após a estabilização das contas públicas num estado positivo procede-se com a emancipação de Portugal da dependência externa. A auto-suficiência é desenvolvida primeiramente com a amortização da divida pública, e seguidamente da construção de infra-estruturas - através da Política de Obras Públicas que se verificava ser a continuação do Fontismo iniciada na Regeneração - e do desenvolvimento das produções nacionais (especialmente a agricultura, por exemplo através das campanhas do Trigo a partir de 1929). Aproveitaram-se as colónias portuguesas como fontes de matérias-primas, mão-de-obra e de escoamento de produtos. Este interesse, necessidade do Estado Novo nas colónias portuguesas ficou demonstrado no “Acto Colonial” de 1930. Era portanto, Colonialista. Uma das formas de orientar o rumo económico de Portugal por parte do Estado foi o Corporativismo. Os sindicatos passaram a ser do Estado (sindicatos nacionais) que em conjunto com os grémios formavam as corporações. As corporações e as câmaras municipais formavam a câmara corporativa que tinha apenas funções consultivas. Assim o Estado controlava as ambições dos trabalhadores e do patronato tudo debaixo de organizações por ele criadas. Era também uma forma de conter tensões sociais já que o Estado logo resolve os problemas sem terem que haver greves nem manifestações que, aliás eram ilegais. PIDE O Estado Novo fazia a sua autoridade ser aplicada através de vários órgãos criados por si mesmo. O regime recorria principalmente a dois órgãos de repressão. A Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), mais tarde renomeada de Policia Internacional de Defesa do Estado (PIDE) e da censura. Para prevenir movimentos inimigos do regime (especialmente comunistas) como o dos operários da Marinha Grande em 1934 o Estado Novo recorria À polícia política. Para a além da espionagem de possíveis opositores políticos pelos seus agentes, a polícia política também dispunha de informadores (popularmente chamados “bufos”) para que denunciassem colegas de trabalho, vizinhos e amigos a troco de algum dinheiro. Após estas denúncias ou suspeitas prendiam-se os suspeitos, por exemplo no forte de Peniche, na prisão de Caxias ou no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde. Aqui os agentes da Policia Política usavam métodos violentos de interrogatório como: método da gota de água; a tortura do sono e da fome, para arrancar confissões dos ditos opositores do Estado. Campo de Concentração E a censura que cortavam entrevistas, reportagens e notícias dos jornais; punham fora de cena peças de teatro; reviam e assistiam a outras assim como a emissões de rádio (e mais tarde televisão) e confiscavam livros. Tudo isto porque a censura era para "impedir a perversão da opinião pública na sua função de força social e deverá ser exercida por forma a defendê-la de todos os factores que a desorientem contra a verdade, a justiça, a moral, a boa administração e o bem comum, e a evitar que sejam atacados os princípios fundamentais da organização da sociedade" (artigo 3º da Constituição de 1933). Mas o Estado é que decidia o que era a verdade, a justiça a moral, a boa administração e o bem comum. Censura “É particularmente objecto de vigilância da censura tudo quanto respeite: a) À ideia da Pátria, à independência nacional e ao prestígio do País, bem como ao respeito devido à bandeira, ao hino nacional e aos outros símbolos da Pátria; b) Às instituições republicanas, e à honra e consideração do Chefe do Estado, Presidente do Conselho, membros do Governo, parlamentares e magistrados; c) À propaganda, incitamento e provocação à indisciplina social, à subversão violenta das instituições e dos princípios fundamentais da ordem social; d) Ao incitamento à desobediência às normas legais e às autoridades; e) Ao prestígio da Forças Armadas e a operações militares; f) À divulgação de notícias e boatos destinados a perturbar a tranquilidade e ordem públicas ou a prejudicar o crédito público, ou que sejam susceptíveis dessa perturbação ou prejuízo; 8. É expressamente proibida a narração circunstanciada por qualquer forma gráfica de publicidade de casos de vadiagem, mendicidade, libertinagem e crime ou suicídio, cometidos por menores de 18 anos, bem como de julgamentos em que sejam réus.” Instruções sobre a Censura à Imprensa, 1933 Fonte: “História de Portugal – A segunda república – de António Salazar ao Marcelismo” – volume 9 -, coordenação de José Hermano Saraiva Mocidade Portuguesa O Estado Novo dispunha de outros órgãos de controlo do pensamento da população portuguesa. A arregimentação da população, a contenção da sua inteligência e a propaganda dos ideários desejados de serem implementados pelo regime eram os outros meios de controlo social. Como órgão de arregimentação o Estado Novo dispunha da Mocidade Portuguesa que era de participação obrigatória: - Lusitos (7 aos 10 anos); Infantes (10 aos 14 anos); Vanguardistas (14 aos 17 anos); Cadetes (17 aos 25 anos); Assim como a ascensão à Legião Portuguesa a partir dos 18 era facultativa. A Legião Portuguesa detinha um carácter mais activo (como a participação em patrulhas a infra-estruturas possíveis de serem alvos de sabotagem inimiga do regime). Estes órgãos demonstram o militarismo do Estado Novo. Legião Portuguesa Á semelhança da Itália, também existia o culto do chefe nestes órgãos - saudava-se Salazar. Mas o culto do chefe em Portugal nunca foi como o culto do chefe na Itália. Assim como Salazar era um homem simples, que não se ostentava e nem sequer aparecia muito publicamente, a sua imagem de chefe da nação era também uma imagem sóbria – não aparecia em planos elevados, não se apresentava fardado nem fazia a saudação fascista Era do interesse do Estado definir o nível intelectual da população já que esta poderia concluir ideias nefastas para o regime. Daí o ensino obrigatório apenas contemplar o 4º ano e os livros das disciplinas dos alunos fossem universais e editados pelo Estado. Num país onde o analfabetismo abundava não foi difícil a tarefa do regime em conter a excessiva escolarização. O Estado limita-se a estabelecer métodos e matérias a ensinar. A Política do Espírito de António Ferro Tal como os regimes ditatoriais da europa, o Estado Novo também recorria à propaganda. Era através do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), sugerido a Salazar e liderado por António Ferro que o Estado Novo divulgava a cultura portuguesa, estabelecendo cultura nacional e popular com base nas suas raízes e nos ideais do regime. De maneira simples esta Política do Espírito como ficou conhecida, pretendia: Distrair o povo e não o fazer pensar naquilo que, segundo os membros do governo do Estado Novo, não era da sua competência. Concluímos então que o Estado Novo se verificou ser uma ditadura com bastante orientação fascista. Com o seu carácter antidemocrático, anticomunista, autoritário, repressivo, corporativo, nacionalista e conservador. Contudo também teve as suas especificidades – praticava um culto do chefe menos expressivo e era pelo colonialismo em vez do expansionismo visto nas outras ditaduras da Europa durante o século XX. Oliveira Salazar discursando na posse de António Ferro do Secretariado da Propaganda Nacional. Webgrafia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_%28Portugal%29 http://ditaduras.no.sapo.pt/portugal/portugal.htm http://www.vidaslusofonas.pt/salazar.htm http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/antonio-de-oliveira-salazar/20 http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/cultura.html Bibliografia: "O tempo da História" 1ª parte - História A 12ºano. Porto Editora “História de Portugal – A segunda república – de António Salazar ao Marcelismo” – volume 9 -, coordenação de José Hermano Saraiva Outros apontamentos: Apontamentos fornecidos pela professora e notas das aulas. Trabalho elaborado por: Cláudia Silva, nº12 -, 12ºJ
A "Campanha do Trigo" teve lugar entre 1929 e 1938, delineada pelo, então, Ministro da Agricultura Henrique Linhares de Lima, como resposta ao problema de abastecimento do país em trigo. A sua implementação foi consequência do ambiente económico, social e político que se tinha criado na Europa no pós-guerra de 1914/18 e da preocupação sobre a autossuficiência e do abastecimento alimentar. Decorreram campanhas similares nesta mesma época, noutros países - a célebre "Bataglia del Grano" de Itália e em Espanha e na Grécia. Estabeleceu o incremento da produção cerealífera como uma iniciativa de fomento lançada em Portugal, para diminuir substancialmente a importação de trigo e restaurar financeiramente o país. As bases da Campanha do trigo foram aprovadas pelo Decreto nº 17.252 de 1929, estabeleciam uma Junta Central, Comissões distritais, Comissões municipais e Comissões de freguesia. Estações de cultura mecânica, Estação de ensaios de máquinas e da Escola prática de agricultura de Queluz. "Comboio do Trigo" inserido na "Campanha do Trigo" «No âmbito da Campanha, em prol da cultura trigueira, a D.G. do Ensino e Fomento Agrícola do M.A., organizou em 1928 um comboio de exposição e propaganda dos mais avançados processos culturais, à semelhança do que noutros países se tinha feito. O comboio do trigo iniciou a sua marcha em Agosto, partindo de Alcântara, onde esteve em exposição, e percorreu o Alentejo e o Ribatejo na época das ceifas e debulhas. Num dos vagões apresentavam-se sementes selecionadas, pequenas alfaias agrícolas e gráficos com os diferentes métodos culturais, enquanto no outro se expunham grandes alfaias, com ceifeiras, debulhadoras mecânicas, selecionadores de sementes que em algumas localidades, foi posto à disposição dos lavradores para selecionarem a semente que apresentassem (…)» in: "A propaganda em prol do protecionismo cerealífero" de José Machado Pais, et al., S.d. «Em 1928, o peso da importação de trigo atingia 12% do total da balança comercial. Foi num contexto de elevado défice que decorreu a instauração do protecionismo do Estado, exercendo a sua dupla missão de estudo e propaganda. Para tentar debelar a crise, o governo lançou mão de vários recursos que aplicou sucessivamente: a construção dos celeiros, a redução do preço do trigo, a restrição da cultura e a exportação. O preço do trigo foi reduzido em função duma “regra-limite” da produção. Os trigos seriam pagos ao preço da tabela oficial, até ao limite de 330.000.000 quilogramas. Por outro lado, era preciso evitar a redução da fertilidade das terras, a erosão e a delapidação do solo. Foram concedidos aos agricultores subsídios de arroteia, facilidades para a aquisição e escolha de adubos e sementes, aluguer de máquinas, prémios e subsídios de cultura. Elementos da "Campanha do Trigo" Apresentação e demonstração do tractor "McCormick" Locomotiva a vapor que impulsiona a engrenagem da debulhadora A criação da Federação Nacional de Produtores de Trigo (FNPT) é apontada como um modelo de organização do género. Pelo D.L. n.º 26.276, de 27 de Janeiro de 1936, foi autorizada a vender trigo dos seus associados, para mercados externos. Foi um dos primeiros organismos corporativos da lavoura de carácter nacional e uma das consequências diretas da Campanha do Trigo. A interligação da lavoura e da técnica conseguiu-se com a Campanha do trigo, pela intervenção das Brigadas técnicas que circulavam então pelas várias regiões do país. Reuniam com os agricultores, trocavam com eles impressões, respondiam a consultas, auxiliavam e esclareciam. Estabeleceu-se um contato mais estreito entre os agricultores e os técnicos, permitindo o conhecimento dos problemas da lavoura a resolver. Terminada a Campanha do trigo, estas brigadas subsistiram como órgãos ativos de assistência técnica junto dos agricultores, enquadrados na orgânica dos serviços agrícolas oficiais.» in: Galeria GPP (Julho 2021). Feira de máquinas e alfaias agrícolas, nos finais dos anos 30 do século XX fotos in: Arquivo Nacional da Torre do Tombo
União Nacional em 1939 … … e em 1941 Presidenciais de 1949 Panfletos e cartazes in: Biblioteca Nacional Digital, Ephemera
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– Nova Constituição aprovada – A Ditadura Militar teve, no início, um apoio popular importante. O novo governo pretendia repor a autoridade do Estado, ainda que de forma autoritária (como já acontecia em Itália por exemplo), e melhorar a situação económica. Mas a instabilidade política continuava, com mudanças de governos, agora nomeados por militares. Estes vários governos também não mostravam ser capazes de resolver os problemas. Surgiram novas revoltas, agora contra a Ditadura. O governo aumentou a repressão sobre a oposição, reforçando a censura e as perseguições àqueles que se lhe opunham. A propaganda política à volta do culto do chefe. Salazar, “Salvador da Pátria”, numa clara alusão ao fundador da nação portuguesa, o primeiro rei de Portugal D. Afonso Henriques. Em 1928, realizaram-se eleições presidenciais, tendo sido eleito presidente da República o general Óscar Carmona, o único candidato concorrente. Para o novo governo foi convidado, para ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar, um professor da Universidade de Coimbra. Salazar aumentou os impostos e cortou despesas do Estado, em especial na Saúde, na Educação e nos salários dos funcionários públicos. Conseguiu, logo no seu primeiro ano como ministro, que as receitas do Estado fossem superiores às despesas. Salazar ganhou assim grande prestígio, aparecendo como o “Salvador da Nação”. Em 1932, Salazar foi nomeado presidente do Conselho de Ministros, ou seja, primeiro-ministro. O seu objetivo era construir um Estado forte e autoritário, capaz de pôr fim à constante instabilidade que o país vivera entre 1910 e 1926. Este Estado forte deveria assentar num poder executivo fortalecido, num único partido político autorizado (não era permitido a existência de outros partidos) e em sindicatos nacionais (acabando com os sindicatos livres). Tudo em nome do interesse do país, ou, como Salazar dissera num discurso de 1929: «Nada contra a Nação, tudo pela Nação». Em 1933, foi apresentada uma nova Constituição. Apesar de defender as liberdades de expressão e associação, estas ficavam sujeitas a leis especiais. O poder executivo, em especial o do presidente do Conselho (na prática, o de Salazar) foi reforçado. Esta Constituição foi aprovada pelos Portugueses em referendo, marcando assim o fim da Ditadura Militar e o início de um novo regime, a que o próprio Salazar deu o nome de “Estado Novo”. Cartaz de propaganda a favor da Constituição de 1933. – O Estado Novo – O regime do “Estado Novo”, que durou entre 1933 e 1974, ficou assim conhecido por pretender ser diferente da Iª República: sem as constantes mudanças de governo, sem greves nem perturbações da ordem pública, sem violência nem agitação. Foi por isso que Salazar criou um Estado autoritário que não permitia a existência de partidos políticos diferentes, que censurava a imprensa e perseguia os opositores. Na prática, tratava-se de um regime ditatorial. Carimbo da censura Caricatura da revista Os Ridículos censurada pelo lápis azul dos censores. Pode ler-se o seguinte comentário: “Amarrada de pés e mãos: torturada, não tuge nem muge!” Parada de crianças em uniforme da Mocidade Portuguesa. – A nova polícia – Com o objetivo de modernizar e reforçar a capacidade de intervenção (preventiva e repressiva) da força policial especializada no controlo das atividades “políticas”, através do Decreto-Lei n.º 22:992, o governo de Salazar extingue a Polícia Internacional Portuguesa e a Polícia de Defesa Política e Social e cria a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), integrada no Ministério do Interior. A sua missão era defender o regime de todos aqueles que dele discordavam. Registo fotográfico da PIDE de António Agostinho Neto, futuro presidente de Angola. Registo fotográfico da PIDE de Álvaro Cunhal, primeiro secretário do Partido Comunista Português (na altura, partido clandestino). – António de Oliveira Salazar – Nascido em Vimieiro, concelho de Santa Comba Dão, em 1889, António de Oliveira Salazar formou-se na Universidade de Coimbra em 1914. Iniciou aí a sua vida política, em grupos católicos de direita. Em 1921, foi eleito deputado nas listas do Centro Católico. Em 1926, depois do golpe militar de 28 de maio de 1926, teve uma breve passagem pelo governo, como ministro das Finanças. Voltou a essa pasta em 1928, depois de lhe ser garantido que controlaria diretamente o orçamento de todos os outros Ministérios. A sua ação nas Finanças levou-o à chefia do Conselho de Ministros em 1932. A partir daí, Salazar começou a construção de um novo regime político: o “Estado Novo”. Tão grande foi a sua influência que este período da História portuguesa é também conhecido por “salazarismo”. Este regime assentava em vários pilares: a concentração de poderes na figura do presidente do Conselho; a existência de um único partido político legalizado, a União Nacional; o controlo da opinião pública através da censura e a repressão dos opositores ao regime através da polícia política; o corporativismo, através da criação de associações de classe e de sindicatos nacionais; a proteção da economia portuguesa face ao estrangeiro; a defesa de uma ideia imperial da Nação que se estendia de Portugal a Timor; e ainda uma política de obras públicas também usadas como propaganda ao regime. Propaganda oficial alusiva ao Ultramar Português. Salazar manteve-se à frente do governo até 1968, ano em que sofreu um acidente que o impediu de continuar no cargo. Substituído por Marcello Caetano, morreu em 1970. O escultor Francisco Franco moldando o busto de Salazar na presença do próprio Salazar e de António Ferro, diretor do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN). Fonte: Ruben Castro e Ricardo Ferrand, Grandes datas de Portugal (1096-2007), Texto Editores, Lisboa, 2011.
Prime Minister Marcello Caetano was the successor of António de Oliveira Salazar. Considered the second most important figure of the Portuguese dictatorship (the Estado Novo regime, 1933-1974), Caetano has generated considerable disagreement amongst scholars with regard to his persona and politics; some consider him more authoritarian than his predecessor, others more liberal. After providing background on his childhood and entry to university, the author explains his growing activism in the Integralismo Lusitano and in the Catholic Church; his monarchist and nationalist ideology. Caetano's decision to support the Salazar Regime coincided with publications in the mainstream media on corporatism, colonialism, European politics and the relationship between Brazil and Portugal. His role in the office of General Secretary of Mocidade Portuguesa (MP), an organization of Portuguese youth similar to the fascist youth organizations in Italy or Germany, was at odds with his neutrality policy in the Second World War. The leadership of União Nacional (the single party of the regime) and the presidency of the Câmara Corporativa (a parliament for corporative interests) led to national recognition at a time when the Portuguese regime had to reform its colonial policy. His tensions with other notables of Salazarism resulted in his political demotion and devotion toward the University in the 1960s. As Rector of Lisbon University he supported universities' autonomy, dividing public opinion. Caetano's Presidency (beginning in September 1968) reflected the tense relationship between the government and the liberal wing on the colonial crisis. Ultimately this led to the final crisis of the New State regime; the fragmentation of the armed forces; and the Carnation Revolution on April 25, 1974. During his exile in Brazil between 1974 and 1980 Caetano maintained correspondence with his Portuguese friends. These correspondences, introduced and explained by Francisco Martinho, are of exceptional importance in understanding Portugal's contemporary political history.
1952 1957 Colecção de postais circulados em 1948 1936 Advento do culto mariano em Fátima cartazes in: Ephemera
1936 1939 De 1949, por Mário Costa Manifestação de apoio ao Estado Novo, no Terreiro do Paço em 1940 foto in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
um blog para quase todos
Blogue voltado para o estudo dos eventos históricos de forma abrangente e clara.
O novo radar contratado pelo governo do Estado para promover avanços no sistema de monitoramento meteorológico do Rio Grande do Sul já está em Montenegro,
De 1937 a 1945, o país viveu um dos períodos mais controvertidos de sua história: o Estado Novo. Nesta obra são abordados os principais acontecimentos políticos que marcaram os anos 1930 em nosso país: o enfrentamento entre comunistas e integralistas , o levante armado de 1935, a rivalidade entre as correntes que dividiam o poder no governo de Vargas, as práticas racistas no Estado Novo, a posição do governo de Vargas entre as ditaduras fascistas e as democracias às vésperas da Segunda Guerra Mu n dial. Escrito em linguagem acessível, é um livro destinado ao leitor ávido de conhecimento sobre um período decisivo de nossa história.ISBN-10: 9788578120825ISBN-13: 9788578120825Páginas: 176idioma: PortuguêsEdição: 1Data edição: 1969-12-31 21:33:36Encadernação: BrochuraAutor: Antonio Luiz DAraujo ISBN-109788578120825ISBN-139788578120825Páginas176IdiomaPortuguêsEdição1Data Edição1969-12-31 21:33:36EncadernaçãoBrochura
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Nota introdutória: O livro que agora trago à memória, "O livro da primeira class...
António de Oliveira Salazar (1889 -1970), Presidente do Conselho de Ministros e Óscar Fragoso Carmona (1869-1951), Presidente da República. Fotógrafo: Horácio Novais (1910-1988) Fotografia sem data. Produzida durante a actividade do Estúdio Horácio Novais, 1927-1988. [CFT164.102517]
A Banda Sonora da Semana #30 com livros sobre o Estado Novo, o novo filme sobre Pedro e Inês e a Lambada da Blaya
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