Título: Um Longo Regresso a Casa Autor: Gail Caldwell Editora: Livros d’Hoje N.º Páginas: 203 Preço: 14,40 € ISBN: 978-972-20-4890-3 1ª Edição: janeiro de 2012 Sinopse: «Esta é uma velha história: eu tinha uma amiga com quem partilhava tudo, até que ela morreu e também isso nós partilhámos. Um ano depois de ela ter partido, quando eu julgava já ter ultrapassado a loucura daquele sofrimento inicial, caminhava no parque de Cambridge onde durante anos Caroline e eu passeámos os cães. Era uma tarde de inverno e o local estava vazio – a estrada fazia uma curva, não havia ninguém à minha frente nem atrás de mim e eu senti uma desolação tão grande que, por momentos, os meus joelhos ficaram imóveis. “O que estou aqui a fazer?”, perguntei-lhe em voz alta, habituada agora a conversar com uma melhor amiga morta. “Devo seguir em frente?”» A minha opinião: Em jeito de um pequeno diário onde conta a sua história e, sobretudo, a intensa amizade com Caroline e culminaria com a morte desta com um cancro do pulmão, Gail Caldwell transporta-nos para o seu mundo tão imperfeito como o de qualquer um de nós. Partindo sempre desta grande amizade, depressa nos apercebemos das fraquezas da autora, alcoólica recuperada, mas também das enormes semelhanças com a sua melhor amiga. Por serem tão parecidas Gail e Caroline eram como uma espécie de almas gémeas, uma amizade que é difícil de encontrar. Ambas partilham o gosto pela escrita e também por cães. Por isso mesmo, que Um longo Regresso a Casa relata também a história da sua cadela Clementine e o quanto ela foi importante na sua vida e como esteve sempre nos momentos mais tristes e de isolamento. Gail demonstrou aqui que a verdadeira amizade está no cerne de tudo e movimenta as nossas vidas. Sem ela nada somos. Um livro fabuloso que recomendo, sobretudo quem nutre assim um sentimento grande por um amigo. Eu tenho a sorte de ter uma amiga assim. Excertos: “O sofrimento é o que nos define quando estamos sós.” “... permitiam-me trabalhar a partir de casa e vaguear com o meu cão, o qual rapidamente aprendeu que ler era o meu equivalente a roer um osso.” “A morte é um divórcio que ninguém quis, viver com ela é encontrar uma forma de nos separarmos daquilo que julgámos que não suportaríamos perder. ”