O mistério da SS. Trindade, embora não possa ser cabalmente penetrado pela inteligência humana, é ilustrado pela mesma a partir da analogia ...
AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA EM LICHEN-POLÔNIA UM DOS PAÍSES MAIS CATÓLICOS DO MUNDO Considerado um dos países mais católicos do mundo, a Polônia possui 36,6 milhões de fiéis no país dos 39,6 milhões de habitantes. Existem 10.114 paróquias no país e 17.533 igrejas e capelas. São 28.546 sacerdotes, incluindo 22.221 padres diocesanos, 6325 frades, 23.304 freiras, 1522 monges e sete diáconos permanentes. A Igreja Católica Apostólica Romana na Polônia tem 135 bispos, 14.418 catequistas, e outras 1.081 pessoas pertencem a institutos seculares. São 15 cardeais metropolitanos. A Polônia tem centenas de santos e bem-aventurados. Quatro deles foram elevados à categoria de padroeiros polacos, Święty Wojciech (São Adalberto – principal padroeiro da Polônia), św. Stanisław Biskup (São Bispo Estanislau – principal padroeiro da Polônia), św. Stanisław Kostka (São Estanislau Kostka) e św. Andrzej Bobola (São André Bobola). Também são cultuados os demais santos polacos com bastante fervor: św. Królowa Jadwiga (Santa Rainha Edwirges - Padroeira da União Europeia e da Universidade), św. Faustyna Kowalska (Santa Faustina), św. Albert Chmielowski, św. Urszula Ledóchowska, bł. Jerzy Popiełuszko (Beato Jorge) e o mais famoso e recente em todo o mundo św. Jan Paweł II (São João Paulo II - cardeal Karol Wojtyła). Atualmente existem 1803 candidatos ao sacerdócio em escolas de ensino médio e 6427 clérigos em seminários de ensino superior. Em 1850, ao aparecer a um humilde pastor de ovelhas, Mikolay Sikatka, morador de Lichen, a Santíssima Virgem pediu que ele divulga-se a todas as pessoas a Sua vontade: "Junto com a meditação a respeito da paixão e Morte de Nosso Senhor JESUS CRISTO, deveria ser rezado o Rosário." A história da imagem de Lichen começa no longínquo ano de 1813. Napoleão e seus soldados levaram a Revolução a toda a Europa. Nesse ano trava-se a batalha de Leipzig, também chamada “batalha das nações”, na qual morreram ou ficaram feridos perto de 80.000 soldados. Entre eles estava Tomasz Klossowski, que pediu fervorosamente a Nossa Senhora para não morrer longe de seu país. O pedido não era insignificante porque, nas primitivas condições sanitárias da época, ser ferido gravemente era quase uma condenação à morte. Mas Nossa Senhora apareceu a Tomasz, portando um manto de ouro e uma águia branca na mão. Avisou que ele voltaria à sua região, onde deveria procurar uma imagem que fosse parecida com Ela, e cuja devoção deveria promover. Tomasz de fato se recuperou dos ferimentos e voltou à sua região. Mas a busca da imagem parecia não levar a nada. Ano após ano ele percorria a região, e nada encontrava. Em 1836, após 23 longos anos, ele conseguiu uma imagem adequada. No início colocou-a em sua casa, mas depois levou-a para uma pequena capela na floresta vizinha. Este é um costume ainda popular no país. Mas a devoção não se difundiu, e a imagem ficou sozinha na floresta. Até o ano de 1850, quando o pastor de ovelhas Mikolaj Sikatka passou diante da imagem e teve uma visão de Nossa Senhora. Essa aparição aconteceu quando o filho devoto rezava em frente a um quadro da Virgem Santíssima, existente em uma capela de um bosque, na cidade polonesa. Na Aparição seguinte nossa Mãe não só insistiu para que fosse a missa fosse celebrada com amor e devoção, deixando orientações e recomendações para os padres, através de uma mensagem. Ao manifestar-se pela terceira vez, a Mãe de Deus alertou para uma epidemia que ocorreria em breve. Também falou de uma guerra que aniquilaria milhões de pessoas. Imaginamos que Nossa Senhora estava profetizando a 1ª grande guerra mundial que seria deflagrada após 64 anos. Falou ainda sobre o país, Polônia, e seu futuro, dizendo: - “Os povos do mundo se maravilharão quando a sua esperança da paz depender da Polônia”. Estaria nessa frase nossa Mãe antecipando o santo padre, papa João Paulo II? Acreditamos que sim, pois foi ele que finalmente cumpriu um antigo pedido da Mãe de Deus para que o mundo fosse consagrado ao Seu Imaculado Coração. Foi ele também personagem muito importante para o fim do comunismo nos países da União Soviética. Como portador de tão importantes mensagens, o pastor Mikolay sentiu-se no dever de levar ao conhecimento das autoridades tendo o que tinha acontecido com ele. Ninguém acreditou, e ainda foi preso e espancado. O tempo passou, mas a Rainha do Céu e da terra não se engana, veio então uma grande epidemia de cólera que reviveu na memória de alguns a mensagem do humilde e simples homem do campo que tinha sido rejeitado. Enfim todas creram que as Aparições e as mensagens tinham sido de Nossa Senhora. Outros fatos importantes: __ Em 1897 quando foi feita a exumação do corpo de Mikolay Sikatka, uma grande surpresa, pois seu cadáver estava perfeito, incorruptível. Essa graça de Deus tem acompanhado alguns santos. Por exemplo, Santa Bernardete, a vidente de Nossa Senhora de Lourdes, permanece até hoje com seu corpo preservado; depois de cem anos de sua morte. O pastor vidente de Lichen faleceu em 1857; __ A Igreja Matriz de Lichen recebeu a entronização da tela de Nossa Senhora, onde Mikolay rezava quando das Aparições, em 1852, conduzido por aproximadamente cem mil fiéis. __ O grande cardeal Wyazinsky, polonês, quando jovem foi milagrosamente curado, quando rezava em frente a tela da Virgem de Lichen. Depois de construído o Santuário, já em 15 de setembro de 1967, o mesmo cardeal, acompanhado por mais de cinqüenta mil devotos, entronizou o agraciado quadro da Mãe de Deus, na Sua casa em Lichen. MENSAGENS DE NOSSA SENHORA EM LICHEN: As pessoas pecam continuamente, não pensam em fazer penitência e mudar de vida. Não passará muito tempo, e serão por isso severamente castigadas por Deus. Cairão mortas de repente e não haverá quem as enterre. Morrerão velhos, morrerão crianças no ato de serem alimentadas por suas mães. Rapazes e moças serão castigados, pequenos órfãos chorarão seus pais. Depois virá uma longa e terrível guerra. “A misericórdia do Pai Celestial é inesgotável, e tudo pode ser ainda mudado. Quando houver santos no país, este poderá ser salvo. O país precisa de santas mães. Eu amo vossas boas mães, sempre as ajudarei em cada necessidade. Eu as entendo: fui mãe, com muitas dores. “As mais pérfidas intenções dos opressores, vossas mães as quebram. Elas dão ao país numerosos e heróicos filhos. No período de um incêndio universal, esses filhos arrebatarão a pátria livre. “Satanás semeará a discórdia entre os irmãos. Não estarão ainda cicatrizadas todas as feridas, e não crescerá uma geração até que a terra, o ar e os mares se tinjam de tanto sangue como até hoje não se viu. Esta terra será impregnada de lágrimas, cinza e sangue de mártires da santa causa. No coração do país a juventude perecerá na fogueira do sacrifício. Crianças inocentes morrerão pela espada. Esses novos e incontáveis mártires suplicarão diante do trono da justiça de Deus por vós, quando se realizar a batalha final pela alma da nação, quando sereis julgados. No fogo de longas provações a fé será purificada, a esperança não desaparecerá, o amor não cessará. Andarei entre vós, vos defenderei, vos ajudarei, por vosso intermédio ajudarei o mundo. “Para surpresa de todas as nações, da Polônia surgirá a esperança para a humanidade atormentada. Então todos os corações se moverão de alegria, como há mil anos não houve. Este será o maior sinal dado à nação, para que caia em si e para que se reconforte. Ela vos unirá. Então, nesse país atormentado e humilhado descerão graças excepcionais como não houve há mil anos. Os corações jovens se moverão. Os seminários e conventos estarão cheios. Os corações poloneses expandirão a fé no oriente e no ocidente, no norte e no sul. A paz de Deus se estabelecera”. "Quando os tempos difíceis chegarem, as pessoas que virão na frente desta imagem e rezarem e fizerem penitência, não morrerão. Sempre que esta nação vier até mim e pedir ajuda Eu não deixarei esta nação, irei guarda-la no Meu Coração como fiz com esta águia branca. A Imagem deve ser colocada num lugar melhor e publicamente adorada (venerada). Os peregrinos de toda a Polônia virá ver este quadro e encontrarão consolo para as suas angustias. Eu reinarei por minha nação para sempre. Neste local deverá ser construída uma magnifica igreja para minha veneração. Se as pessoas não construírem esta- igreja OS ANJOS CONSTRUIRÃO!" Nossa Senhora ao vidente Mikolay em Lichen na Polonia 👉 REDE SOCIAL: https://www.apparitionstv.com/thesocial/ 👉 WHATSAPP - TELEGRAM - ENVIE SEU PEDIDO PARA : ☎ 55 12 98122 4242 https://youtu.be/zSnjNfw9JmU O SANTUÁRIO É ABERTO TODOS OS DIAS INFORMAÇÕES - TELEFONE: 0XX12 99701-2427 SITE OFICIAL DO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA www.aparicoesdejacarei.com.br BASÍLICA DO SANTUÁRIO DE LICHEN 👉 REDE SOCIAL: https://www.apparitionstv.com/thesocial/ 👉 WHATSAPP - TELEGRAM - ENVIE SEU PEDIDO PARA : ☎ 55 12 98122 4242 https://youtu.be/zSnjNfw9JmU O SANTUÁRIO É ABERTO TODOS OS DIAS INFORMAÇÕES - TELEFONE: 0XX12 99701-2427 SITE OFICIAL DO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA www.aparicoesdejacarei.com.br
A Arca da Aliança, figura de Maria Santíssima. Entre as figuras que, na lei escrita, simbolizam Maria Santíssima, nenhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento. A matéria de que era feita, o que continha, o fim para o qual servia, o que por ela e com ela operava o Senhor naquela antiga Sinagoga. Tudo era um esboço desta Senhora e do que por Ela e com Ela realizaria na nova Igreja evangélica. O cedro incorruptível1 de que – não por acaso, mas por divina disposição – foi construída, representa expressamente nossa arca mística, livre da corrupção do pecado atual e da oculta carcoma do original, com seu inseparável fontes e paixões. O finíssimo e puríssimo ouro2 de que era revestida, por dentro e por fora, indubitavelmente significava a mais perfeita elevação da graça e dons que em seus divinos pensamentos, ações e costumes resplandecia. Interior e exteriormente, foi impossível divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que não estivesse toda repleta e revestida de graça, e graça de subidíssimos quilates. Maria, escrínio de Deus. As tábuas da lei, feitas de pedra, a urna do maná3 e a vara dos prodígios, que aquela antiga Arca continha e guardava, não poderiam simbolizar com maior exatidão o Verbo humanado. Encerrado na arca viva de Maria Santíssima, foi seu Filho unigênito a pedra fundamental4 e viva do edifício da Igreja evangélica; a pedra angular5 que uniu dois povos tão opostos, como o judeu e o gentio. Para isso foi cortada do monte6 da eterna geração, gravada pelo dedo de Deus com a nova lei da graça, e depositada na arca virginal de Maria. Entenda-se, portanto, que esta grande Rainha se tornou a depositária de quanto Deus era e fazia com as criaturas. Guardava também consigo o maná da Divindade e da graça, o poder e a vara dos prodígios e maravilhas, para que somente nesta divina e mística Arca se encontrasse a fonte das graças, o mesmo Deus, para Dela transbordarem as maravilhas e prodígios do poder divino. Quanto este Senhor é, quer e faz, saiba-se que em Maria está encerrado e depositado. Maria, propiciatório e trono da graça. A tudo isto, era consequente que a Arca da Aliança7, não pela figura e sombra, mas pela verdade que simbolizava, servisse de peanha ou sustentáculo ao propiciatório. Neste pusera o Senhor seu trono e tribunal de misericórdia, para ouvir seu povo, responder-lhe e conceder-lhe suas petições e favores. Assim, em nenhuma outra criatura, fora de Maria Santíssima, colocou Deus seu trono de graça. Não podia deixar de fazê-la propiciatório, uma vez que havia construído esta mística e verdadeira Arca para nela se encerrar. Deste modo, parece que o tribunal da divina justiça ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatório e tribunal da misericórdia foram dados a Maria dulcíssima. A Ela, como ao trono da graça, deveríamos ir com segura confiança, apresentar nossos pedidos, suplicar benefícios, graças e misericórdias que, fora do propiciatório da grande rainha Maria, nem são ouvidas, nem despachadas para o gênero humano. Maria, a Arca do Novo Testamento, deveria ficar no Templo. Tão misteriosa e sagrada Arca, construída pela mão do mesmo Senhor para sua habitação, e propiciatório de seu povo, não estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritual do Novo Testamento. Por esta razão, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santíssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados três anos após seu felicíssimo nascimento. Verdade é que, com grande admiração, vejo muita diferença entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira. Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomão a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca não tinha outra grandeza senão a de representar Maria Puríssima e seus mistérios -foram suas trasladações e mudanças festivas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procissões que fez Davi da casa de Aminadab e à de Obededon8 e desta ao tabernáculo de Sião9, cidade de Davi. Finalmente, de Sião foi trasladada por Salomão ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e oração. As trasladações da antiga arca, e a apresentação de Maria. Em todas estas trasladações, conduziu-se a antiga arca da aliança com pública veneração, e culto soleníssimo de música, danças, sacrifícios e júbilo daqueles reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a história sagrada nos livros segundo e terceiro dos Reis, e primeiro e segundo dos Paralipômenos. Nossa mística e verdadeira Arca, Maria, entretanto, ainda que mais rica, estimável e digna da maior veneração entre todas as criaturas, não foi levada ao templo com tão solene aparato e ostentação pública. Não houve nesta misteriosa trasladação sacrifícios de animais, nem pompa real e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa de seu pai Joaquim, nos humildes braços de sua mãe Ana que, embora não fosse pobre, nesta ocasião levou sua querida Filha para apresentá-la ao templo ao modo dos pobres, com humilde recolhimento, sozinha e sem ostentação popular. Toda a glória e majestade desta procissão, quis o Altíssimo fosse divina e invisível. Os mistérios de Maria Santíssima foram tão elevados e ocultos, que muitos deles até hoje são desconhecidos, pelos inescrutáveis juízos do Senhor, que reserva tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas. Razão pela qual a Apresentação da Virgem foi sem aparato. Admirando-me eu, na presença do Altíssimo, desta maravilha e louvando seus desígnios, dignou-se Sua Majestade responder-me desta maneira: Se ordenei que a arca do velho testamento fosse venerada com tanta festividade e aparato, era por ser figura expressa de quem seria Mãe do Verbo humanado. Aquela arca era irracional e material e com ela podia-se, sem inconveniente, usar de tal celebridade e ostentação. Com a Arca viva e verdadeira, porém, não permiti assim, enquanto viveu em carne mortal, para ensinar com este exemplo o que tu e as demais almas deveis aprender, enquanto sois viadoras. A meus escolhidos, gravados em minha mente e aceitação para eterna memória, não quero que a honra e exagerado e ostensivo aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, como recompensa do que fizeram para minha honra e serviço. Tampouco lhes convém o risco de repartir o amor, entre Aquele que os justifica e faz santos, e aqueles que os celebram por tais. Um é o Criador que os fez, sustenta, ilumina e defende; único há de ser o amor e atenção, e não o devem repartir, ainda que seja para remunerar e agradecer as honras tributadas, com zelo piedoso aos justos. O amor divino é delicado, a vontade humana fragilíssima e limitada; dividida, pouco e imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde. Para deixar este ensinamento, Eu não quis que fosse conhecida e honrada durante a vida, nem levada ao templo com ostentação e honra visíveis, Aquela que era santíssima e por minha proteção não podia cometer imperfeição. O exemplo de Cristo e Maria, devem abonar a virtude e condenar o vício. Além disto, enviei meu Unigênito do céu, e criei aquela que seria sua Mãe, para desiludir os mortais e tirar do mundo o erro, que se tornara iniquíssima lei estabelecida pelo pecado: ser o pobre desprezado e o rico estimado; abatido o humilde e exaltado o soberbo; o virtuoso vituperado e o pecador acreditado: o modesto e recolhido julgado por insensato e o arrogante considerado corajoso, a pobreza humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, ostentação, pompas, honras e deleites perecedores, procurados e apreciados pelos homens insipientes e carnais. O Verbo e sua Mãe vieram reprovar e condenar tudo isto como ilusório e enganador, para que os mortais conhecessem o formidável perigo em que vivem, amando e entregando-se tão cegamente, à falsidade do sensível e deleitável. Deste insano amor lhes nasce o afã com que fogem da humildade, mansidão e pobreza, afastando de si tudo o que tem cheiro de virtude verdadeira, penitência e abnegação de suas paixões. Entretanto, é isto que agrada à minha justiça, e é aceito a meus olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que será recompensado com prêmio de eterna glória, enquanto o contrário receberá sempiterno castigo. O Espírito de Deus, oposto ao do mundo. Os olhos terrenos dos mundanos e carnais não conseguem ver esta verdade, nem querem aceitar a luz que ela lhes mostraria. Tu, porém, ouve-a, grava-a em teu coração pelo exemplo do Verbo humanado e de sua Mãe, que em tudo o imitou. Ela era santa, e em minha estima, a primeira depois de Cristo. Toda veneração e honra dos homens eram-lhe devidas, pois nem poderiam lhe dar o quanto merecia. Todavia dispus que, por então, não fosse conhecida nem honrada, para nela ostentar o mais santo, o mais perfeito, o mais apreciável e seguro que meus escolhidos deveriam imitar e aprender da mestra da verdade: a humildade, o escondimento, o retiro, o desprezo da enganadora vaidade do mundo, o amor aos trabalhos, às tribulação, desprezos, aflições e descrédito das criaturas. Uma vez que tudo isto não se ajusta com os aplausos, honras e estima dos mundanos, determinei que Maria Puríssima não as tivesse, nem quero que meus amigos as recebam ou aceitem. Se, para minha glória, às vezes os torno conhecidos no mundo, não é porque eles o desejem, mas com humildade e sem dela se afastarem, se submetem à minha disposição e vontade. Quanto deles depende, para si só desejam e amam o que o mundo despreza e o que o Verbo humanado e sua Mãe Santíssima fizeram e ensinaram. Esta foi a resposta do Senhor à minha admiração e reparo: com isto me deixou satisfeita e instruída de quanto desejo e devo executar. São Joaquim e Sant'Ana levam Maria ao templo. Findo o prazo dos três anos determinado pelo Senhor, saíram de Nazaré, Joaquim e Ana, acompanhados de alguns parentes, levando consigo a verdadeira Arca da Aliança, Maria Santíssima, nos braços de sua mãe, para depositá-la no santo templo de Jerusalém. Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfumes de seu amado10, para ir procurar no templo aquele mesmo que levava no coração. Esta humilde procissão seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visível aparato, mas com brilhante e numeroso séquito de espíritos angélicos. Para celebrar esta festa haviam descido do céu, além dos que ordinariamente guardavam sua Rainha menina. Cantavam com música celestial novos cânticos de glória e louvor do Altíssimo, ouvindo-os a Princesa do céu, que caminhava com formosos passos à vista do supremo e verdadeiro Salomão. Assim prosseguiram sua viagem de Nazaré até a cidade santa de Jerusalém, sentindo os ditosos pais da menina Maria grande júbilo e consolação espiritual. Chegada ao templo. Chegaram ao templo, e nele entraram, a bem-aventurada Ana em companhia de São Joaquim, levando sua Filha e Senhora pela mão. Fizeram, os três, devota e fervorosa oração ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a Si mesma, com profunda humildade, adoração e reverência. Somente Ela conheceu como o Altíssimo a aceitava e recebia. De um divino resplendor, que encheu o templo, saiu uma voz que lhe dizia:- Vem, esposa minha, escolhida, vem a meu templo onde quero que me louves e bendigas. Terminada a oração, levantaram-se e dirigiram-se ao sacerdote que os abençoou. Todos juntos, levaram a Menina a um aposento onde se encontrava o colégio das jovens que ali se educavam, em internato e santos costumes, até chegarem à idade de tomar estado de matrimônio. Recolhiam-se ali, especialmente, as primogênitas da tribo real de Judá e da sacerdotal de Levi. Maria, despede-se de seus pais. Subia-se a este colégio por uma escada de quinze degraus, onde vieram outros sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro degrau. Ela lhe pediu licença e, voltando-se para seus pais Joaquim e Ana, pôs-se de joelhos, beijou-lhes as mãos, pediu-lhes a bênção e rogou-lhes que a encomendassem a Deus. Os santos pais abençoaram-na com grande ternura e muitas lágrimas, e a menina subiu os quinze degraus com incomparável fervor e alegria, sem voltar-se para trás, sem chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, nem demonstrar sentimento pela despedida de seus pais. A todos admirou vê-la com majestade e inteireza tão peregrina, em tão tenra idade. Os sacerdotes a receberam, levaram ao colégio das demais virgens, e o santo Simeão, sumo sacerdote, a entregou às mestras, uma das quais era Ana, a profetisa. Esta santa matrona havia sido preparada com especial graça e luz do Altíssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposição mereceu, por sua santidade e virtude, ter por discípula aquela que seria Mãe de Deus e mestra de todas as criaturas. São Joaquim e Sant’Ana voltam a Nazaré. A escada de Jacó Voltaram Joaquim e Ana para Nazaré, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altíssimo os confortou e consolou. O santo sacerdote Simeão, ainda que no momento não conhecesse o mistério encerrado naquela Menina, teve, porém, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdotes sentiram também por ela grande admiração e reverência. Naquela escada, que a menina subiu, realizou-se com toda a exatidão o que Jacó viu na sua11: anjos que subiam e desciam; uns acompanhavam, outros vinham receber sua Rainha; no alto esperava-a Deus para aceitá-la por Filha e Esposa: e, em seus afetos amorosos, ela sentiu que verdadeiramente aquela era a casa de Deus e a porta do céu. Maria, confia-se à Mestra e cumprimenta as companheiras. Confiada à mestra, a menina Maria com profunda humildade, de joelhos lhe pediu a bênção e lhe suplicou que a recebesse sob sua obediência, ensino e direção, tendo paciência pelo muito que com ela trabalharia e padeceria. Ana profetisa, a mestra, recebeu-a com agrado e lhe disse: - Minha Filha, em mim achareis mãe e amparo e eu cuidarei de vós e de vossa criação com todo o desvelo possível. Em seguida, com a mesma humildade, Maria dirigiu-se a todas as meninas que ali se encontravam, cumprimentando-as e abraçando-as. Ofereceu-se para serva de todas, e pediu-lhes que, sendo mais velhas e mais instruídas no que deviam fazer, a ensinassem e mandassem. Finalmente, lhes agradeceu por a terem aceitado em sua companhia, apesar de não a merecer. DOUTRINA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA Graça da vocação à vida religiosa Minha filha, a maior felicidade que, nesta vida mortal, uma alma pode receber é ser chamada pelo - Altíssimo à sua casa, para se consagrar ao seu serviço. Por este favor, a resgata de perigosa escravidão, e a liberta da vil servidão do mundo, onde, sem liberdade, deve comer o pão com o suor de seu rosto.12 Quem há, tão insipiente e obscurecido, que não conheça o perigo da vida mundana, com tantas leis e costumes abomináveis, tais como a astúcia diabólica e a perversidade dos homens nela introduziram? A melhor parte é a vida religiosa e o retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto é tormenta, ondas encapeladas, cheias de dor e desgostos. Não reconhecerem os homens esta verdade, nem agradecerem este singular benefício, é repreensível dureza de coração e esquecimento de si mesmos. Tu, porém, minha filha, não te faças surda à voz do Altíssimo. Atende, trabalha e corresponde a ela. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demônio é impedir a vocação religiosa, quando o Senhor chama e dispõe as almas para se dedicarem ao seu serviço. Aversão do Demônio pela Vida Religiosa Somente o ato público e sagrado de receber o hábito e entrar em religião, ainda que não se faça sempre com fervor e pureza de intenção devidas, revolta e enfurece o dragão infernal e seus demônios. Não toleram a glória do Senhor, o gozo que sentem os santos anjos, além de saber aquele mortal inimigo, que a vida religiosa santifica e aperfeiçoa. 1- Comer o pão com o suor do rosto, está aqui empregado por "viver espiritualmente oprimido por ocupações frívolas" como se depreende da continuação do texto. Não significa, como de início pode parecer, que na vida religiosa coma-se o pão ociosamente, em contraposição comê-lo no mundo com o suor do rosto. A vida religiosa é serviço, compreendendo portanto trabalho e sacrifício um alguns pontos mais do que no século.13 Acontece, muitas vezes, que havendo nela entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ação da graça melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princípio não houve intenção tão reta como convinha, muito mais poderosa e eficaz será a luz e virtude do Senhor e disciplina da religião, para a alma que a abraça movida pelo divino amor, e com íntimo e verdadeiro desejo de procurar, servir e amar a Deus. Ser Fiel sem Olhar para Trás Para o Altíssimo reformar e aperfeiçoar quem entra no estado religioso, qualquer que seja o motivo que o trouxe, convém que, tendo voltado as costas ao mundo, não torne a olhá-lo, apague suas imagens da memória e esqueça o que com tanta dignidade deixou. Os que não seguem este ensinamento e são ingratos e desleais a Deus, sem dúvida são atingidos pelo castigo da mulher de Jó.14 Embora pela divina piedade, não seja visível ao olhar exterior, interiormente é muito real, tomando a alma seca, gelada, sem fervor nem virtude. Sem o amparo da graça, não realizam o ideal de sua vocação, nem aproveitam o benefício da vida religiosa. Nela não encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas são repudiados como escravos infiéis e fugitivos. Lembra, Maria, que para ti o mundo há de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordação de qualquer coisa terrena. Se, às vezes, for necessário exercitar a caridade com o próximo, ordena-a tão bem que, em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma, sua segurança, quietude, paz e tranquilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertências, se quiseres permanecer em minha escola. ______________________ Fonte: Soror Maria de Jesus, de Ágreda/Espanha, “Livro Mística Cidade de Deus”, Segundo Livro, Cap. 1, nn. 413-428. 21 DE NOVEMBRO - A APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO - LIVRO MÍSTICA CIDADE DE … – gloria.tv 1. Êx. 25, 10. 2. Êx. 25, 11. 3. Heb. 9, 4. 4. I Cor. 3, 11. 5. Ef. 2, 20. 6. Dan. 2, 34. 7. Êx. 26, 34. 8. II Rs. 6, 10; II Par. 23; III Rs. 8, 5; II Par. 5. 9. II Rs. 12. 10. Cânt. 1, 3. 11. Gên. 28, 10 12. Gên. 3, 10. 13. N. da T. 14. Gên. 19, 26.
Novus Ordo Latin Mass at 7pm. I think the scola will be present, but I don’t recall exactly. I used to have a memory. Then we had 6 kids. And that, was that. Who knows what direction the …
A Arca da Aliança, figura de Maria Santíssima. Entre as figuras que, na lei escrita, simbolizam Maria Santíssima, nenhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento. A matéria de que era feita, o que continha, o fim para o qual servia, o que por ela e com ela operava o Senhor naquela antiga Sinagoga. Tudo era um esboço desta Senhora e do que por Ela e com Ela realizaria na nova Igreja evangélica. O cedro incorruptível1 de que – não por acaso, mas por divina disposição – foi construída, representa expressamente nossa arca mística, livre da corrupção do pecado atual e da oculta carcoma do original, com seu inseparável fontes e paixões. O finíssimo e puríssimo ouro2 de que era revestida, por dentro e por fora, indubitavelmente significava a mais perfeita elevação da graça e dons que em seus divinos pensamentos, ações e costumes resplandecia. Interior e exteriormente, foi impossível divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que não estivesse toda repleta e revestida de graça, e graça de subidíssimos quilates. Maria, escrínio de Deus. As tábuas da lei, feitas de pedra, a urna do maná3 e a vara dos prodígios, que aquela antiga Arca continha e guardava, não poderiam simbolizar com maior exatidão o Verbo humanado. Encerrado na arca viva de Maria Santíssima, foi seu Filho unigênito a pedra fundamental4 e viva do edifício da Igreja evangélica; a pedra angular5 que uniu dois povos tão opostos, como o judeu e o gentio. Para isso foi cortada do monte6 da eterna geração, gravada pelo dedo de Deus com a nova lei da graça, e depositada na arca virginal de Maria. Entenda-se, portanto, que esta grande Rainha se tornou a depositária de quanto Deus era e fazia com as criaturas. Guardava também consigo o maná da Divindade e da graça, o poder e a vara dos prodígios e maravilhas, para que somente nesta divina e mística Arca se encontrasse a fonte das graças, o mesmo Deus, para Dela transbordarem as maravilhas e prodígios do poder divino. Quanto este Senhor é, quer e faz, saiba-se que em Maria está encerrado e depositado. Maria, propiciatório e trono da graça. A tudo isto, era consequente que a Arca da Aliança7, não pela figura e sombra, mas pela verdade que simbolizava, servisse de peanha ou sustentáculo ao propiciatório. Neste pusera o Senhor seu trono e tribunal de misericórdia, para ouvir seu povo, responder-lhe e conceder-lhe suas petições e favores. Assim, em nenhuma outra criatura, fora de Maria Santíssima, colocou Deus seu trono de graça. Não podia deixar de fazê-la propiciatório, uma vez que havia construído esta mística e verdadeira Arca para nela se encerrar. Deste modo, parece que o tribunal da divina justiça ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatório e tribunal da misericórdia foram dados a Maria dulcíssima. A Ela, como ao trono da graça, deveríamos ir com segura confiança, apresentar nossos pedidos, suplicar benefícios, graças e misericórdias que, fora do propiciatório da grande rainha Maria, nem são ouvidas, nem despachadas para o gênero humano. Maria, a Arca do Novo Testamento, deveria ficar no Templo. Tão misteriosa e sagrada Arca, construída pela mão do mesmo Senhor para sua habitação, e propiciatório de seu povo, não estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritual do Novo Testamento. Por esta razão, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santíssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados três anos após seu felicíssimo nascimento. Verdade é que, com grande admiração, vejo muita diferença entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira. Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomão a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca não tinha outra grandeza senão a de representar Maria Puríssima e seus mistérios -foram suas trasladações e mudanças festivas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procissões que fez Davi da casa de Aminadab e à de Obededon8 e desta ao tabernáculo de Sião9, cidade de Davi. Finalmente, de Sião foi trasladada por Salomão ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e oração. As trasladações da antiga arca, e a apresentação de Maria. Em todas estas trasladações, conduziu-se a antiga arca da aliança com pública veneração, e culto soleníssimo de música, danças, sacrifícios e júbilo daqueles reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a história sagrada nos livros segundo e terceiro dos Reis, e primeiro e segundo dos Paralipômenos. Nossa mística e verdadeira Arca, Maria, entretanto, ainda que mais rica, estimável e digna da maior veneração entre todas as criaturas, não foi levada ao templo com tão solene aparato e ostentação pública. Não houve nesta misteriosa trasladação sacrifícios de animais, nem pompa real e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa de seu pai Joaquim, nos humildes braços de sua mãe Ana que, embora não fosse pobre, nesta ocasião levou sua querida Filha para apresentá-la ao templo ao modo dos pobres, com humilde recolhimento, sozinha e sem ostentação popular. Toda a glória e majestade desta procissão, quis o Altíssimo fosse divina e invisível. Os mistérios de Maria Santíssima foram tão elevados e ocultos, que muitos deles até hoje são desconhecidos, pelos inescrutáveis juízos do Senhor, que reserva tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas. Razão pela qual a Apresentação da Virgem foi sem aparato. Admirando-me eu, na presença do Altíssimo, desta maravilha e louvando seus desígnios, dignou-se Sua Majestade responder-me desta maneira: Se ordenei que a arca do velho testamento fosse venerada com tanta festividade e aparato, era por ser figura expressa de quem seria Mãe do Verbo humanado. Aquela arca era irracional e material e com ela podia-se, sem inconveniente, usar de tal celebridade e ostentação. Com a Arca viva e verdadeira, porém, não permiti assim, enquanto viveu em carne mortal, para ensinar com este exemplo o que tu e as demais almas deveis aprender, enquanto sois viadoras. A meus escolhidos, gravados em minha mente e aceitação para eterna memória, não quero que a honra e exagerado e ostensivo aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, como recompensa do que fizeram para minha honra e serviço. Tampouco lhes convém o risco de repartir o amor, entre Aquele que os justifica e faz santos, e aqueles que os celebram por tais. Um é o Criador que os fez, sustenta, ilumina e defende; único há de ser o amor e atenção, e não o devem repartir, ainda que seja para remunerar e agradecer as honras tributadas, com zelo piedoso aos justos. O amor divino é delicado, a vontade humana fragilíssima e limitada; dividida, pouco e imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde. Para deixar este ensinamento, Eu não quis que fosse conhecida e honrada durante a vida, nem levada ao templo com ostentação e honra visíveis, Aquela que era santíssima e por minha proteção não podia cometer imperfeição. O exemplo de Cristo e Maria, devem abonar a virtude e condenar o vício. Além disto, enviei meu Unigênito do céu, e criei aquela que seria sua Mãe, para desiludir os mortais e tirar do mundo o erro, que se tornara iniquíssima lei estabelecida pelo pecado: ser o pobre desprezado e o rico estimado; abatido o humilde e exaltado o soberbo; o virtuoso vituperado e o pecador acreditado: o modesto e recolhido julgado por insensato e o arrogante considerado corajoso, a pobreza humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, ostentação, pompas, honras e deleites perecedores, procurados e apreciados pelos homens insipientes e carnais. O Verbo e sua Mãe vieram reprovar e condenar tudo isto como ilusório e enganador, para que os mortais conhecessem o formidável perigo em que vivem, amando e entregando-se tão cegamente, à falsidade do sensível e deleitável. Deste insano amor lhes nasce o afã com que fogem da humildade, mansidão e pobreza, afastando de si tudo o que tem cheiro de virtude verdadeira, penitência e abnegação de suas paixões. Entretanto, é isto que agrada à minha justiça, e é aceito a meus olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que será recompensado com prêmio de eterna glória, enquanto o contrário receberá sempiterno castigo. O Espírito de Deus, oposto ao do mundo. Os olhos terrenos dos mundanos e carnais não conseguem ver esta verdade, nem querem aceitar a luz que ela lhes mostraria. Tu, porém, ouve-a, grava-a em teu coração pelo exemplo do Verbo humanado e de sua Mãe, que em tudo o imitou. Ela era santa, e em minha estima, a primeira depois de Cristo. Toda veneração e honra dos homens eram-lhe devidas, pois nem poderiam lhe dar o quanto merecia. Todavia dispus que, por então, não fosse conhecida nem honrada, para nela ostentar o mais santo, o mais perfeito, o mais apreciável e seguro que meus escolhidos deveriam imitar e aprender da mestra da verdade: a humildade, o escondimento, o retiro, o desprezo da enganadora vaidade do mundo, o amor aos trabalhos, às tribulação, desprezos, aflições e descrédito das criaturas. Uma vez que tudo isto não se ajusta com os aplausos, honras e estima dos mundanos, determinei que Maria Puríssima não as tivesse, nem quero que meus amigos as recebam ou aceitem. Se, para minha glória, às vezes os torno conhecidos no mundo, não é porque eles o desejem, mas com humildade e sem dela se afastarem, se submetem à minha disposição e vontade. Quanto deles depende, para si só desejam e amam o que o mundo despreza e o que o Verbo humanado e sua Mãe Santíssima fizeram e ensinaram. Esta foi a resposta do Senhor à minha admiração e reparo: com isto me deixou satisfeita e instruída de quanto desejo e devo executar. São Joaquim e Sant'Ana levam Maria ao templo. Findo o prazo dos três anos determinado pelo Senhor, saíram de Nazaré, Joaquim e Ana, acompanhados de alguns parentes, levando consigo a verdadeira Arca da Aliança, Maria Santíssima, nos braços de sua mãe, para depositá-la no santo templo de Jerusalém. Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfumes de seu amado10, para ir procurar no templo aquele mesmo que levava no coração. Esta humilde procissão seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visível aparato, mas com brilhante e numeroso séquito de espíritos angélicos. Para celebrar esta festa haviam descido do céu, além dos que ordinariamente guardavam sua Rainha menina. Cantavam com música celestial novos cânticos de glória e louvor do Altíssimo, ouvindo-os a Princesa do céu, que caminhava com formosos passos à vista do supremo e verdadeiro Salomão. Assim prosseguiram sua viagem de Nazaré até a cidade santa de Jerusalém, sentindo os ditosos pais da menina Maria grande júbilo e consolação espiritual. Chegada ao templo. Chegaram ao templo, e nele entraram, a bem-aventurada Ana em companhia de São Joaquim, levando sua Filha e Senhora pela mão. Fizeram, os três, devota e fervorosa oração ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a Si mesma, com profunda humildade, adoração e reverência. Somente Ela conheceu como o Altíssimo a aceitava e recebia. De um divino resplendor, que encheu o templo, saiu uma voz que lhe dizia:- Vem, esposa minha, escolhida, vem a meu templo onde quero que me louves e bendigas. Terminada a oração, levantaram-se e dirigiram-se ao sacerdote que os abençoou. Todos juntos, levaram a Menina a um aposento onde se encontrava o colégio das jovens que ali se educavam, em internato e santos costumes, até chegarem à idade de tomar estado de matrimônio. Recolhiam-se ali, especialmente, as primogênitas da tribo real de Judá e da sacerdotal de Levi. Maria, despede-se de seus pais. Subia-se a este colégio por uma escada de quinze degraus, onde vieram outros sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro degrau. Ela lhe pediu licença e, voltando-se para seus pais Joaquim e Ana, pôs-se de joelhos, beijou-lhes as mãos, pediu-lhes a bênção e rogou-lhes que a encomendassem a Deus. Os santos pais abençoaram-na com grande ternura e muitas lágrimas, e a menina subiu os quinze degraus com incomparável fervor e alegria, sem voltar-se para trás, sem chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, nem demonstrar sentimento pela despedida de seus pais. A todos admirou vê-la com majestade e inteireza tão peregrina, em tão tenra idade. Os sacerdotes a receberam, levaram ao colégio das demais virgens, e o santo Simeão, sumo sacerdote, a entregou às mestras, uma das quais era Ana, a profetisa. Esta santa matrona havia sido preparada com especial graça e luz do Altíssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposição mereceu, por sua santidade e virtude, ter por discípula aquela que seria Mãe de Deus e mestra de todas as criaturas. São Joaquim e Sant’Ana voltam a Nazaré. A escada de Jacó Voltaram Joaquim e Ana para Nazaré, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altíssimo os confortou e consolou. O santo sacerdote Simeão, ainda que no momento não conhecesse o mistério encerrado naquela Menina, teve, porém, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdotes sentiram também por ela grande admiração e reverência. Naquela escada, que a menina subiu, realizou-se com toda a exatidão o que Jacó viu na sua11: anjos que subiam e desciam; uns acompanhavam, outros vinham receber sua Rainha; no alto esperava-a Deus para aceitá-la por Filha e Esposa: e, em seus afetos amorosos, ela sentiu que verdadeiramente aquela era a casa de Deus e a porta do céu. Maria, confia-se à Mestra e cumprimenta as companheiras. Confiada à mestra, a menina Maria com profunda humildade, de joelhos lhe pediu a bênção e lhe suplicou que a recebesse sob sua obediência, ensino e direção, tendo paciência pelo muito que com ela trabalharia e padeceria. Ana profetisa, a mestra, recebeu-a com agrado e lhe disse: - Minha Filha, em mim achareis mãe e amparo e eu cuidarei de vós e de vossa criação com todo o desvelo possível. Em seguida, com a mesma humildade, Maria dirigiu-se a todas as meninas que ali se encontravam, cumprimentando-as e abraçando-as. Ofereceu-se para serva de todas, e pediu-lhes que, sendo mais velhas e mais instruídas no que deviam fazer, a ensinassem e mandassem. Finalmente, lhes agradeceu por a terem aceitado em sua companhia, apesar de não a merecer. DOUTRINA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA Graça da vocação à vida religiosa Minha filha, a maior felicidade que, nesta vida mortal, uma alma pode receber é ser chamada pelo - Altíssimo à sua casa, para se consagrar ao seu serviço. Por este favor, a resgata de perigosa escravidão, e a liberta da vil servidão do mundo, onde, sem liberdade, deve comer o pão com o suor de seu rosto.12 Quem há, tão insipiente e obscurecido, que não conheça o perigo da vida mundana, com tantas leis e costumes abomináveis, tais como a astúcia diabólica e a perversidade dos homens nela introduziram? A melhor parte é a vida religiosa e o retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto é tormenta, ondas encapeladas, cheias de dor e desgostos. Não reconhecerem os homens esta verdade, nem agradecerem este singular benefício, é repreensível dureza de coração e esquecimento de si mesmos. Tu, porém, minha filha, não te faças surda à voz do Altíssimo. Atende, trabalha e corresponde a ela. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demônio é impedir a vocação religiosa, quando o Senhor chama e dispõe as almas para se dedicarem ao seu serviço. Aversão do Demônio pela Vida Religiosa Somente o ato público e sagrado de receber o hábito e entrar em religião, ainda que não se faça sempre com fervor e pureza de intenção devidas, revolta e enfurece o dragão infernal e seus demônios. Não toleram a glória do Senhor, o gozo que sentem os santos anjos, além de saber aquele mortal inimigo, que a vida religiosa santifica e aperfeiçoa. 1- Comer o pão com o suor do rosto, está aqui empregado por "viver espiritualmente oprimido por ocupações frívolas" como se depreende da continuação do texto. Não significa, como de início pode parecer, que na vida religiosa coma-se o pão ociosamente, em contraposição comê-lo no mundo com o suor do rosto. A vida religiosa é serviço, compreendendo portanto trabalho e sacrifício um alguns pontos mais do que no século.13 Acontece, muitas vezes, que havendo nela entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ação da graça melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princípio não houve intenção tão reta como convinha, muito mais poderosa e eficaz será a luz e virtude do Senhor e disciplina da religião, para a alma que a abraça movida pelo divino amor, e com íntimo e verdadeiro desejo de procurar, servir e amar a Deus. Ser Fiel sem Olhar para Trás Para o Altíssimo reformar e aperfeiçoar quem entra no estado religioso, qualquer que seja o motivo que o trouxe, convém que, tendo voltado as costas ao mundo, não torne a olhá-lo, apague suas imagens da memória e esqueça o que com tanta dignidade deixou. Os que não seguem este ensinamento e são ingratos e desleais a Deus, sem dúvida são atingidos pelo castigo da mulher de Jó.14 Embora pela divina piedade, não seja visível ao olhar exterior, interiormente é muito real, tomando a alma seca, gelada, sem fervor nem virtude. Sem o amparo da graça, não realizam o ideal de sua vocação, nem aproveitam o benefício da vida religiosa. Nela não encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas são repudiados como escravos infiéis e fugitivos. Lembra, Maria, que para ti o mundo há de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordação de qualquer coisa terrena. Se, às vezes, for necessário exercitar a caridade com o próximo, ordena-a tão bem que, em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma, sua segurança, quietude, paz e tranquilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertências, se quiseres permanecer em minha escola. ______________________ Fonte: Soror Maria de Jesus, de Ágreda/Espanha, “Livro Mística Cidade de Deus”, Segundo Livro, Cap. 1, nn. 413-428. 21 DE NOVEMBRO - A APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO - LIVRO MÍSTICA CIDADE DE … – gloria.tv 1. Êx. 25, 10. 2. Êx. 25, 11. 3. Heb. 9, 4. 4. I Cor. 3, 11. 5. Ef. 2, 20. 6. Dan. 2, 34. 7. Êx. 26, 34. 8. II Rs. 6, 10; II Par. 23; III Rs. 8, 5; II Par. 5. 9. II Rs. 12. 10. Cânt. 1, 3. 11. Gên. 28, 10 12. Gên. 3, 10. 13. N. da T. 14. Gên. 19, 26.
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Now when the dragon saw that he had been cast to the earth, he persecuted the woman who gave birth to the male Child. But the woman was given two wings of a great eagle, that she might fly i…
Catálogo para el Museo Nacional de San Carlos, 2014.
CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII MUNIFICENTISSIMUS DEUS SOBRE A DEFINIÇÃO DO DOGMA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA EM CORPO E ALMA AO CÉU Introdução 1. Deus munificentíssimo, que tudo pode, e cujos planos de providência são cheios de sabedoria e de amor, nos seus imperscrutáveis desígnios, entremeia na vida os povos e dos indivíduos as dores com as alegrias, para que por diversos caminhos e de várias maneiras tudo coopere para o bem dos que o amam (cf. Rm 8,28). 2. O nosso pontificado, assim como os tempos atuais, tem sido assediado por inúmeros cuidados, preocupações e angústias, devido às grandes calamidades e por muitos que andam afastados da verdade e da virtude. Mas é para nós de grande conforto ver como, à medida que a fé católica se manifesta publicamente cada vez mais ativa, aumenta também cada dia o amor e a devoção para com a Mãe de Deus, e quase por toda parte isso é estímulo e auspício de uma vida melhor e mais santa. E assim sucede que, por um lado, a santíssima Virgem desempenha amorosamente a sua missão de mãe para com os que foram remidos pelo sangue de Cristo, e por outro, as inteligências e os corações dos filhos são estimulados a uma mais profunda e diligente contemplação dos seus privilégios. 3. De fato, Deus, que desde toda a eternidade olhou para a virgem Maria com particular e pleníssima complacência, quando chegou a plenitude dos tempos (Gl 4,4) atuou o plano da sua providência de forma que refulgissem com perfeitíssima harmonia os privilégios e prerrogativas que lhe concedera com sua liberalidade. A Igreja sempre reconheceu esta grande liberalidade e a perfeita harmonia de graças, e durante o decurso dos séculos sempre procurou estudá-la melhor. Nestes nossos tempos refulgiu com luz mais clara o privilégio da assunção corpórea da Mãe de Deus. 4. Esse privilégio brilhou com novo fulgor quando o nosso predecessor de imortal memória, Pio IX, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato esses dois dogmas estão estreitamente conexos entre si. Cristo com a própria morte venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte. Porém Deus, por lei ordinária, só concederá aos justos o pleno efeito desta vitória sobre a morte, quando chegar o fim dos tempos. Por esse motivo, os corpos dos justos corrompem-se depois da morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa. 5. Mas Deus quis excetuar dessa lei geral a bem-aventurada virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular ela venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos. 6. Quando se definiu solenemente que a virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a sua concepção de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais viva esperança de que em breve o supremo magistério da Igreja definiria também o dogma da assunção corpórea da virgem Maria ao céu. Petições para a Definição Dogmática 7. De fato, sucedeu que não só os simples fiéis, mas até aqueles que, em certo modo, personificam as nações ou as províncias eclesiásticas, e mesmo não poucos Padres do concílio Vaticano pediram instantemente à Sé Apostólica esta definição. 8. Com o decurso do tempo essas petições e votos não diminuíram, antes foram aumentando de dia para dia em número e insistência. Com esse fim fizeram-se cruzadas de orações; muitos e exímios teólogos intensificaram com ardor os seus estudos sobre este ponto, quer em privado, quer nas universidades eclesiásticas ou nas outras escolas de disciplinas sagradas; celebraram-se em muitas partes congressos marianos nacionais e internacionais. Todos esses estudos e investigações mostraram com maior realce que no depósito da fé cristã, confiado à Igreja, também se encontrava a assunção da virgem Maria ao céu. E de ordinário a consequência foi enviarem súplicas em que se pedia instantemente a definição solene desta verdade. 9. Acompanhavam os fiéis nessa piedosa insistência os seus sagrados pastores, os quais dirigiram a esta cadeira de S. Pedro semelhantes petições em número muito considerável. Quando fomos elevado ao sumo pontificado, já tinham sido apresentadas a esta Sé Apostólica muitos milhares dessas súplicas, vindas de todas as partes do mundo e de todas as classes de pessoas: dos nossos amados filhos cardeais do Sacro Colégio, dos nossos veneráveis irmãos arcebispos e bispos, das dioceses e das paróquias. 10. Por esse motivo, ao mesmo tempo que dirigíamos a Deus intensas súplicas, para que concedesse à nossa mente a luz do Espírito Santo para decidirmos tão importante causa, estabelecemos normas especiais em que determinamos que se procedesse com todo o cuidado a um estudo mais rigoroso da matéria, e se reunissem e examinassem todas as petições relativas à assunção da santíssima virgem, enviadas à Sé Apostólica desde o tempo do nosso predecessor de feliz memória, Pio IX, até ao presente.[1] Consulta ao Episcopado 11. Mas como se tratava de assunto de tanta importância e transcendência, julgamos oportuno rogar direta e oficialmente a todos os nossos veneráveis irmãos no episcopado, que nos quisessem manifestar explicitamente a sua opinião. Para tal fim, no dia 1° de maio de 1946, dirigimos-lhes a carta encíclica "Deiparae Virginis Mariae" em que fazíamos esta pergunta: “Se vós, veneráveis irmãos, na vossa exímia sabedoria e prudência, julgais que a assunção corpórea da santíssima Virgem pode ser proposta e definida como dogma de fé, e se desejais que o seja, tanto vós como o vosso clero e fiéis”. Doutrina Concorde do Magistério da Igreja 12. E aqueles que "o Espírito Santo colocou como bispos para reger a Igreja de Deus" (At 20, 28) quase unanimemente deram resposta afirmativa a ambas as perguntas. Essa "singular concordância dos bispos e fiéis" [2] em julgar que a assunção corpórea ao céu da Mãe de Deus podia ser definida como dogma de fé, mostra-nos a doutrina concorde do magistério ordinário da Igreja, e a fé igualmente concorde do povo cristão ― que aquele magistério sustenta e dirige ― e por isso mesmo manifesta, de modo certo e imune de erro, que tal privilégio é verdade revelada por Deus e contida no depósito divino que Jesus Cristo confiou a sua esposa para o guardar fielmente e infalivelmente o declarar. [3] De fato, esse magistério da Igreja, não por estudo meramente humano, mas pela assistência do Espírito de verdade (cf. Jo 14,26), e portanto absolutamente sem nenhum erro, desempenha a missão que lhe foi confiada de conservar sempre puras e íntegras as verdades reveladas; e pelo mesmo motivo transmite-as sem contaminação e sem lhes ajuntar nem subtrair nada. “Pois ― como ensina o concílio Vaticano ― o Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro não para que, por sua revelação, expressem doutrinas novas, mas para que, com sua assistência, guardassem com cuidado e expusessem fielmente a revelação transmitida pelos apóstolos, ou seja, o depósito da fé”. [4] Por essa razão, do consenso universal do magistério da Igreja, deduz-se um argumento certo e seguro para demonstrar a assunção corpórea da bem-aventurada virgem Maria. Esse mistério, pelo que respeita à glorificação celestial do corpo da augusta Mãe de Deus, não podia ser conhecido por nenhuma faculdade da inteligência humana só com as forças naturais. É, portanto, verdade revelada por Deus, e por essa razão todos os filhos da Igreja têm obrigação de a crer firme e fielmente. Pois, como afirma o mesmo concílio Vaticano, “temos obrigação de crer com fé divina e católica, todas as coisas que se contêm na palavra de Deus escrita ou transmitida oralmente, e que a Igreja, com solene definição ou com o seu magistério ordinário e universal, nos propõe para crer, como reveladas por Deus”.[5] Testemunhos da Crença na Assunção 13. Desde tempos remotíssimos, pelo decurso dos séculos, aparecem-nos testemunhos, indícios e vestígios desta fé comum da Igreja; fé que se manifesta cada vez mais claramente. 14. Os fiéis, guiados e instruídos pelos pastores, souberam por meio da Sagrada Escritura que a virgem Maria, durante a sua peregrinação terrestre, levou vida cheia de cuidados, angústias e sofrimentos; e que, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. E do mesmo modo, não tiveram dificuldade em admitir que, à semelhança do seu unigênito Filho, também a excelsa Mãe de Deus morreu. Mas essa persuasão não os impediu de crer expressa e firmemente que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à podridão e cinzas aquele tabernáculo do Verbo divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam cada vez com maior clareza a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande, que não foi atingida por nenhum ser criado, excetuada somente a natureza humana de Cristo. 15. Patenteiam inequivocamente esta mesma fé os inumeráveis templos consagrados a Deus em honra da assunção de nossa Senhora, e as imagens neles expostas à veneração dos fiéis, que mostram aos olhos de todos este singular triunfo da santíssima Virgem. Muitas cidades, dioceses e regiões foram consagradas ao especial patrocínio e proteção da assunção da Mãe de Deus. Do mesmo modo, com aprovação da Igreja, fundaram-se Institutos religiosos com o nome deste privilégio. Nem se deve passar em silêncio que no rosário de nossa Senhora, cuja reza tanto recomenda esta Sé Apostólica, há um mistério proposto à nossa meditação, que, como todos sabem, é consagrado à assunção da santíssima Virgem ao céu. Testemunho da Liturgia 16. De modo ainda mais universal e esplendoroso se manifesta esta fé dos pastores e dos fiéis, com a festa litúrgica da assunção celebrada desde tempos antiquíssimos no Oriente e no Ocidente. Nunca os santos padres e doutores da Igreja deixaram de haurir luz nesta solenidade, pois, como todos sabem, a sagrada liturgia, “sendo também profissão das verdades católicas, e estando sujeita ao supremo magistério da Igreja, pode fornecer argumentos e testemunhos de não pequeno valor para determinar algum ponto da doutrina cristã”.[6] 17. Nos livros litúrgicos em que aparece a festa da Dormição ou da Assunção de santa Maria, encontram-se expressões que de uma ou outra maneira concordam em referir que, quando a virgem Mãe de Deus passou deste exílio para o céu, por uma especial providência divina, sucedeu ao seu corpo algo de consentâneo com a dignidade de Mãe do Verbo encarnado e com os outros privilégios que lhe foram concedidos. É o que se afirma, para apresentarmos um exemplo elucidativo, no Sacramentário enviado pelo nosso predecessor de imortal memória Adriano I, ao imperador Carlos Magno. Nele se diz: "É digna de veneração, Senhor, a festividade deste dia, em que a santa Mãe de Deus sofreu a morte temporal; mas não pode ficar presa com as algemas da morte aquela que gerou no seu seio o Verbo de Deus encarnado, vosso Filho, nosso Senhor".[7] 18. Aquilo que aqui se refere com a sobriedade de palavras costumeiras na Liturgia romana, exprime-se mais difusamente nos outros livros das antigas liturgias orientais e ocidentais. O Sacramentário Galicano, por exemplo, chama a esse privilégio de Maria, "inexplicável mistério, tanto mais digno de ser proclamado, quanto é único entre os homens, pela assunção da virgem". E na liturgia bizantina a assunção corporal da virgem Maria é relacionada diversas vezes não só com a dignidade de Mãe de Deus, mas também com os outros privilégios, especialmente com a sua maternidade virginal, decretada por um singular desígnio da Providência divina: "Deus, Rei do universo, concedeu-vos privilégios que superam a natureza; assim como no parto vos conservou a virgindade, assim no sepulcro vos preservou o corpo da corrupção e o conglorificou pela divina translação".[8] A Festa da Assunção 19. A Sé Apostólica, herdeira do múnus confiado ao Príncipe dos apóstolos de confirmar na fé os irmãos (cf. Lc 22,32), com sua autoridade foi tornando cada vez mais solene esta celebração. Esse fato estimulou eficazmente os fiéis a irem-se apercebendo mais e mais da importância deste mistério. E assim, a festa da assunção, que ao princípio tinha o mesmo grau de solenidade que as restantes festas marianas, foi elevada ao rito das festas mais solenes do ciclo litúrgico. O nosso predecessor S. Sérgio I, ao prescrever as ladainhas, ou a chamada procissão estacional, nas festas de nossa Senhora, enumera simultaneamente a Natividade, a Anunciação, a Purificação e a Dormição.[9] A festa já se celebrava com o nome de assunção da bem-aventurada Mãe de Deus, no tempo de S. Leão IV Esse papa procurou que se revestisse de maior esplendor, mandando ajuntar-lhe a vigília e a oitava. E o próprio pontífice quis participar nessas solenidades, acompanhado de imensa multidão. [10] Na vigília já de há muito se guardava o jejum, como se prova com evidência do que afirma o nosso predecessor S. Nicolau I, ao tratar dos principais jejuns "que... desde os tempos antigos observava e ainda observa a santa Igreja romana".[11] 20. A Liturgia da Igreja não cria a fé católica, mas supõe-na; e é dessa fé que brotam os ritos sagrados, como da árvore os frutos. Por isso os santos Padres e doutores nas homilias e sermões que nesse dia fizeram ao povo, não foram buscar essa doutrina à liturgia, como a fonte primária; mas falaram dela aos fiéis como de coisa sabida e admitida por todos. Declararam-na melhor, explicaram o seu significado e o fato com razões mais profundas, destacando e amplificando aquilo a que muitas vezes os livros litúrgicos apenas aludiam em poucas palavras, a saber, que com esta festa não se comemora somente a incorrupção do corpo morto da santíssima Virgem, mas principalmente o triunfo por ela alcançado sobre a morte e a sua celeste glorificação à semelhança do seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Testemunho dos Santos Padres 21. S. João Damasceno, que entre todos se distingue como pregoeiro dessa tradição, ao comparar a assunção gloriosa da Mãe de Deus com as suas outras prerrogativas e privilégios, exclama com veemente eloqüência: "Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus".[12] 22. Condizem com essas palavras de s. João Damasceno as de muitos outros que afirmam a mesma doutrina. E não são menos expressivas, nem menos exatas, as palavras que se encontram nos sermões proferidos pelos santos Padres mais antigos ou da mesma época, ordinariamente por ocasião dessa festividade. Assim, para citar outro exemplo, s. Germano de Constantinopla julgava que a incorrupção do corpo da virgem Maria Mãe de Deus, e a sua assunção ao céu são corolários não só da sua maternidade divina, mas até da santidade singular daquele corpo virginal: "Vós, como está escrito, aparecestes 'em beleza'; o vosso corpo virginal é totalmente santo, totalmente casto, totalmente domicílio de Deus de forma que até por este motivo foi isento de desfazer-se em pó; foi, sim, transformado, enquanto era humano, para viver a vida altíssima da incorruptibilidade; mas agora está vivo, gloriosíssimo, incólume e participante da vida perfeita".[13] Outro escritor antiquíssimo assevera por sua vez: "A gloriosíssima Mãe de Cristo, Deus e Salvador nosso, dador da vida e da imortalidade, foi glorificada e revestida do corpo na eterna incorruptibilidade, por aquele mesmo que a ressuscitou do sepulcro e a chamou a si duma forma que só ele sabe".[14] 23. À medida que a festa litúrgica se foi espalhando, e celebrando mais devotamente, maior foi o número de bispos e oradores sagrados que julgaram de seu dever explicar com toda a clareza o mistério que se venerava nesta solenidade e mostrar como ela estava intimamente relacionada com as outras verdades reveladas. Testemunho dos Teólogos 24. Entre os teólogos escolásticos, não faltaram alguns, que, pretendendo penetrar mais profundamente nas verdades reveladas, e mostrar o acordo entre a chamada razão teológica e a fé católica, notaram a estreita conexão existente entre este privilégio da assunção da santíssima Virgem e as demais verdades contidas na Sagrada Escritura. 25. Partindo desse pressuposto, apresentam diversas razões para corroborar esse privilégio mariano. A razão primária e fundamental diziam ser o amor filial de Cristo para o levar a querer a assunção de sua Mãe ao céu. E advertiam mais, que a força dos argumentos se baseava na incomparável dignidade da sua maternidade divina e em todas as graças que dela derivam: a santidade altíssima que excede a santidade de todos os homens e anjos, a íntima união de Maria com o seu Filho, e sobretudo o amor que o Filho consagrava a sua Mãe digníssima. 26. Muitas vezes os teólogos e oradores sagrados, seguindo os passos dos santos Padres,[15] para explicarem a sua fé na assunção, serviram-se com certa liberdade de fatos e textos da Sagrada Escritura. E assim, para mencionar só alguns mais empregados, houve quem citasse a este propósito as palavras do Salmista: "Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca de vossa santificação" (Sl 131, 8); e na Arca da Aliança, feita de madeira incorruptível e colocada no templo de Deus, viam como que uma imagem do corpo puríssimo da virgem Maria, preservado da corrupção do sepulcro, e elevado a tamanha glória no céu. Do mesmo modo, ao tratar desta matéria, descrevem a entrada triunfal da Rainha na corte celeste, e como se vai sentar a direita do divino Redentor (Sl 44,10.14-16); e recordam a propósito a esposa dos Cantares "que sobe pelo deserto, como uma coluna de mirra e de incenso" para ser coroada (Ct 3,6; cf. 4,8; 6,9). Ambas são propostas como imagens daquela Rainha e Esposa celestial, que sobe ao céu com o seu divino Esposo. 27. Os doutores escolásticos vislumbram igualmente a assunção da Mãe de Deus não só em várias figuras do Antigo Testamento, mas também naquela mulher, revestida de sol, que o apóstolo s. João contemplou na ilha de Patmos (Ap 12, l s.). Porém, entre os textos do Novo Testamento, consideraram e examinaram com particular cuidado aquelas palavras: "Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1,28), pois viram no mistério da assunção o complemento daquela plenitude de graça, concedida à santíssima Virgem, e uma singular bênção contraposta à maldição de Eva. Na Teologia Escolástica 28. Por esse motivo, nos primórdios da teologia escolástica, o piedosíssimo varão Amadeu, bispo de Lausana, afirmava que a carne da virgem Maria permaneceu incorrupta ― nem se pode crer que o seu corpo padecesse a corrupção -, porque se uniu de novo à alma, e juntamente com ela penetrou na corte celestial. "Pois ela era cheia de graça e bendita entre as mulheres (Lc 1,28). Só ela mereceu conceber o Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, e sendo virgem deu-o à luz, amamentou-o, trouxe-o no regaço, e prestou-lhe todos os cuidados maternos".[16] 29. Entre os escritores sagrados que naquele tempo com vários textos, comparações e analogias tiradas das divinas Letras, ilustraram e confirmaram a doutrina da assunção em que piamente acreditavam, ocupa lugar primordial o doutor evangélico s. Antônio de Pádua. Na festa da assunção, ao comentar aquelas palavras de Isaías: "glorificarei o lugar dos meus pés" (Is 60,13), afirmou com segurança que o divino Redentor glorificou de modo mais perfeito a sua Mãe amantíssima, da qual tomara carne humana. "Daqui, vê-se claramente", diz, "que o corpo da santíssima Virgem foi assunto ao céu, pois era o lugar dos pés do Senhor". Pelo que, escreve o Salmista: "Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca da vossa santificação". E assim como, acrescenta ainda, Jesus Cristo ressuscitou triunfante da morte e subiu para a direita do Pai, assim também "ressuscitou a Arca da sua santificação, quando neste dia a virgem Mãe foi assunta ao tálamo celestial".[17] No Período Áureo 30. Quando, na Idade Média, a teologia escolástica atingiu o maior esplendor, s. Alberto Magno, para demonstrar essa verdade, apresenta vários argumentos fundados na Sagrada Escritura, na tradição, na liturgia e em razões teológicas, e conclui: “Por estas e outras muitas razões e autoridades, é evidente que a bem-aventurada Mãe de Deus foi assunta ao céu em corpo e alma sobre os coros dos anjos. E cremos que isto é absolutamente verdadeiro”.[18] E num sermão pregado em dia da Anunciação de nossa Senhora, ao explicar aquelas palavras do anjo: "Ave, cheia de graça...", o doutor universal compara a santíssima Virgem com Eva, e afirma clara e terminantemente que Maria foi livre das quatro maldições que caíram sobre Eva.[19] 31. O Doutor Angélico, seguindo as pisadas do mestre, ainda que nunca trate expressamente do assunto, no entanto sempre que se oferece a ocasião fala dele, e com a Igreja católica afirma que o corpo de Maria juntamente com a alma foi levado ao céu.[20] 32. É da mesma opinião, entre outros muitos, o Doutor Seráfico, o qual tem como certo que, assim como Deus preservou Maria santíssima da violação do pudor e da integridade virginal ao conceber e dar à luz o seu Filho, assim não permitiu que o seu corpo se desfizesse em podridão e cinzas.[21] Aplica a santíssima Virgem, em sentido acomodatício, aquelas palavras da Sagrada Escritura: "Quem é esta que sobe do deserto, cheia de gozo, e apoiada no seu amado?" (Ct 8,5), e raciocina desta forma: "Daqui pode concluir-se que ela está ali corporalmente (na glória celeste)... Porque... a sua felicidade não seria plena se ali não estivesse em pessoa; ora a pessoa não é só a alma, mas o composto; logo é claro que está ali segundo o composto, isto é, em corpo e alma; de outro modo não gozaria de felicidade plena".[22] Na Escolástica Posterior 33. Na escolástica posterior, ou seja no século XV, são Bernardino de Sena, resumindo e ponderando cuidadosamente tudo quanto os teólogos medievais tinham escrito a esse propósito, não julgou suficiente referir as principais considerações que os antigos doutores tinham proposto, mas acrescentou outras novas. Por exemplo, a semelhança entre a divina Mãe e o divino Filho, no que respeita à perfeição e dignidade de alma e corpo ― semelhança que nem sequer nos permite pensar que a Rainha celestial possa estar separada do Rei dos céus ― exige absolutamente que Maria "só deva estar onde está Cristo".[23] Portanto, é muito conveniente e conforme à razão que tanto o corpo como a alma do homem e da mulher tenham alcançado já a glória no céu; e, finalmente, o fato de nunca a Igreja ter procurado as relíquias da santíssima Virgem, nem as ter exposto à veneração dos fiéis, constitui um argumento que é "como que uma experiência sensível" da assunção.[24] Nos Tempos Modernos 34. Em tempos mais recentes, as razões dos santos Padres e doutores, acima aduzidas, foram usadas comumente. Seguindo o comum sentir dos cristãos, recebido dos tempos antigos s. Roberto Belarmino exclamava: "Quem há, pergunto, que possa pensar que a arca da santidade, o domicílio do Verbo, o templo do Espírito Santo tenha caído em ruínas? Horroriza-se o espírito só com pensar que aquela carne que gerou, deu a luz, alimentou e transportou a Deus, se tivesse convertido em cinza ou fosse alimento dos vermes".[25] 35. De igual forma s. Francisco de Sales afirma que não se pode duvidar que Jesus Cristo cumpriu do modo mais perfeito o divino mandamento que obriga os filhos a honrar os pais. E a seguir faz esta pergunta: "Que filho haveria, que, se pudesse, não ressuscitava a sua mãe e não a levava para o céu?"[26] E s. Afonso escreve por sua vez: "Jesus não quis que o corpo de Maria se corrompesse depois da morte, pois redundaria em seu desdouro que se transformasse em podridão aquela carne virginal de que ele mesmo tomara a própria carne".[27] 36. Quando já tinha aparecido em toda a sua luz o mistério que se celebra nesta festa, não faltaram doutores que, em vez de tratar das razões teológicas pelas quais se demonstrasse a absoluta conveniência de crença na assunção corpórea da Virgem santíssima, voltaram o pensamento para a fé da Igreja, mística esposa de Cristo, sem mancha nem ruga (cf. Ef 5,27), que o Apóstolo chama "coluna e sustentáculo da verdade" ( 1Tm 3,15). E apoiados nesta fé comum pensaram que seria temerária, para não dizer herética, a opinião contrária. S. Pedro Canísio, como outros muitos, depois de declarar que o termo assunção se referia à glorificação não só da alma mas também do corpo, e que a Igreja há muitos séculos venerava e celebrava solenemente este mistério mariano, observa: "Esta opinião é admitida há vários séculos e tão impressa na alma dos fiéis, é tão recomendada pela Igreja, que quem negasse a assunção ao céu do corpo de Maria santíssima nem sequer seria ouvido com paciência, mas seria vaiado como pertinaz, ou mesmo temerário, e imbuído mais de espírito herético do que católico".[28] 37. Pela mesma época, o Doutor Exímio estabelecia esta regra para a mariologia: "Os mistérios da graça que Deus operou na virgem Maria não se devem medir pelas leis ordinárias, senão pela onipotência divina, suposta a conveniência do fato e a não contradição ou repugnância com as Escrituras".[29] E apoiado na fé de toda a Igreja, podia concluir que o mistério da assunção devia crer-se com a mesma firmeza que o da imaculada conceição, e já então julgava que ambas as verdades podiam ser definidas. Fundamento Escriturístico 38. Todos esses argumentos e razões dos santos Padres e teólogos apoiam-se, em último fundamento, na Sagrada Escritura. Esta nos apresenta a Mãe de Deus extremamente unida ao seu Filho, e sempre participante da sua sorte. Pelo que parece quase que impossível contemplar aquela que concebeu, deu à luz, alimentou com o seu leite, a Cristo, e o teve nos braços e apertou contra o peito, estivesse agora, depois da vida terrestre, separada dele, se não quanto à alma, ao menos quanto ao corpo. O nosso Redentor é também filho de Maria; e como observador perfeitíssimo da lei divina não podia deixar de honrar a sua Mãe amantíssima logo depois do Eterno Pai. E podendo ele adorná-la com tamanha honra, preservando-a da corrupção do sepulcro, deve crer-se que realmente o fez. 39. E convém sobretudo ter em vista que, já a partir do século II, os santos Padres apresentam a virgem Maria como nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao novo Adão na luta contra o inimigo infernal. E essa luta, como já se indicava no Protoevangelho, acabaria com a vitória completa sobre o pecado e sobre a morte, que sempre se encontram unidas nos escritos do apóstolo das gentes (cf. Rm 5; 6; l Cor 15,21-26; 54-57). Assim como a ressurreição gloriosa de Cristo constituiu parte essencial e último troféu desta vitória, assim também a vitória de Maria santíssima, comum com a do seu Filho, devia terminar pela glorificação do seu corpo virginal. Pois, como diz ainda o apóstolo, "quando... este corpo mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá o que está escrito: a morte foi absorvida na vitória" (1Cor 15,14). 40. Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade "com um único decreto" [30] de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17). Oportunidade da Definição 41. Considerando que a Igreja universal ― que é assistida pelo Espírito de verdade, que a dirige infalivelmente para o conhecimento das verdades reveladas ― no decurso dos séculos manifestou de tantas formas a sua fé; considerando que os bispos de todo o mundo quase unanimemente pedem que seja definida como dogma de fé divina e católica a verdade da assunção corpórea da santíssima Virgem ao céu; considerando que esta verdade se funda na Sagrada Escritura, está profundamente gravada na alma dos fiéis, e desde tempos antiquíssimos é comprovada pelo culto litúrgico, e concorda, inteiramente, com as outras verdades reveladas, e tem sido esplendidamente explicada e declarada pelos estudos, sabedoria e prudência dos teólogos ― julgamos chegado o momento estabelecido pela providência de Deus, para proclamarmos solenemente este privilégio insigne da virgem Maria. 42. Nós, que colocamos o nosso pontificado sob o especial patrocínio da santíssima Virgem, à qual recorremos em tantas circunstâncias tristes, nós, que consagramos publicamente todo o gênero humano ao seu imaculado Coração, e que experimentamos muitas vezes o seu poderoso patrocínio, confiamos firmemente que esta solene proclamação e definição será de grande proveito para a humanidade inteira, porque reverte em glória da Santíssima Trindade, a qual a virgem Mãe de Deus está ligada com laços muito especiais. É de esperar também que todos os fiéis cresçam em amor para com a Mãe celeste, e que os corações de todos os que se gloriam do nome de cristãos se movam a desejar a união com o corpo místico de Jesus Cristo, e que aumentem no amor para com aquela que tem amor de Mãe para com os membros do mesmo augusto corpo. E também é lícito esperar que, ao meditarem nos exemplos gloriosos de Maria, mais e mais se persuadam todos do valor da vida humana, se for consagrada ao cumprimento integral da vontade do Pai celeste e a procurar o bem do próximo. Enquanto o materialismo e a corrupção de costumes que dele se origina ameaçam subverter a luz da virtude, e destruir vidas humanas, suscitando guerras, é de esperar ainda que este luminoso e incomparável exemplo, posto diante dos olhos de todos, mostre com plena luz qual o fim a que se destinam a nossa alma e o nosso corpo. E, finalmente, esperamos que a fé na assunção corpórea de Maria ao céu torne mais firme e operativa a fé na nossa própria ressurreição. 43. E é para nós motivo de imenso regozijo que este fato, por providência de Deus, se realize neste Ano santo que está a decorrer, e que assim possamos, enquanto se celebra este jubileu maior, adornar com esta pedra preciosa a fronte da Virgem santíssima, e deixar um monumento, mais perene que o bronze, da nossa ardente devoção para com a Mãe de Deus. Definição Solene do Dogma 44. “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. 45. Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica. 46. Para que chegue ao conhecimento de toda a Igreja esta nossa definição da assunção corpórea da virgem Maria ao céu, queremos que se conservem esta carta para perpétua memória; mandamos também que, aos seus transuntos ou cópias, mesmo impressas, desde que sejam subscritas pela mão de algum notário público, e munidas com o selo de alguma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, se lhes dê o mesmo crédito que à presente, se fosse apresentada e mostrada. 47. A ninguém, pois, seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus onipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo. Dado em Roma, junto de São Pedro, no ano do jubileu maior, de 1950, no dia 1 ° de novembro, festa de todos os santos, no ano XII do nosso pontificado. Eu PIO, Bispo da Igreja Católica assim definindo, subscrevi. Notas: [1] Petitiones de Assumptione corporea B. Virginis Mariae in caelum definienda ad S. Sedem delatae, 2 vol. Typis Polyglottis Vaticanis, 1942. [2] Bula Ineffabilis Deus, Acta Pii IX, parte I, vol. 1, p. 615. [3] Cf. Conc. Vat. I, Const. dogm. Dei Filius de fide catholica, cap. 4. [4] Conc. Vat. I, Const. dogm. Pastor aeternus de Ecclesia Christi, cap. 4. [5] Conv Vat. I, Const. dogm. Dei Filius de feide catholica. cap. 3. [6] Carta Encíclica Mediator Dei, AAS 39( 1947), p. 541. [7] Sacramentário gregoriano. [8] Menaei totius anni.. [9] Liber Pontificalis. [10] Ibid. [11] Responsa Nicolai Papae 1 ad Consulta Bulgarorum, 13 nov. 866. [12] S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 14; cf. também ibid. n. 3). [13] S. Germ. Const., In Sanctae Dei Genitricis Dormitionem, sermo 1. [14] Encomium in Dormitionem Sanctissimae Dominae nostrae Deiparae semperque Virginis Mariae [atribuído a S. Modesto de Jerusalém] n. 14. [15] Cf. S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 2, 11; Encomium in Dormitionem... [atribuído a S. Modesto de Jerusalém]. [16] Amadeu de Lausana, De Beatae Virginis obitu, Assumptione in Caelum, exaltatione ad Filii dexteram. [17] S. Antônio de Pádua, Sermones dominicales et in solemnitatibus. In Assumptione S. Mariae Virginis Sermo. [18] S. Alberto Magno, Mariale sive quaestiones super Evang. "Missus est", q. 132. [19] Idem, Sermones de Sanctis, sermo XV: In Annuntiatione B. Mariae; cf. também Mariale, q.132. [20] Cf. Summa Theol. III, q. 27, a. 1. c.; ibid. q. 83, a. 5 ad 8; Expositio salutationis angelicae; In symb. Apostolorum expositio, art. 5; in IV Sent. D. 12, q. l, art. 3, sol. 3; D. 43, q. l, art. 3, sol. I e 2. [21] Cf. S. Boaventura, De Nativitate B. Mariae Virginis, sermo 5. [22] S. Boaventura, De Assumptione B. Mariae Virginis, sermo 1. [23] S. Bernardino de Sena, In Assumptione B. M. Virginis, sermo 2. [24] Idem, l.c. [25] S. Roberto Belarmino, Conciones habitae Lovanii, concio 40: De Assumptione B. Mariae Virginis. [26] Oeuvres de S. François de Sales, Sermon autographe pour la fête de l'Assomption. [27] S. Afonso Maria de Ligório, As glórias de Maria, parte II, disc. 1. [28] S. Pedro Canísio, De Maria Virgine. [29] E Suárez, In tertiam partem D. Thomae, q. 27, art. 2, disp. 3, sect. 5, n. 31. [30] Bula Ineffabilis Deus, l.c, p. 599. http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html
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Nos dias que se seguiram à Encarnação do Verbo, permaneceu Maria como aniquilada sob o pensamento, de que Deus se dignara lançar os olhos à pobre órfã de Nazaré, para constituí-la Mãe do seu Filho. E, contudo, não era um sonho: as palavras do Anjo ressoavam-lhe ainda aos ouvidos e por outra parte, o fogo novo que lhe abrasava o Coração, patenteava de um modo irrecusável, a presença do Deus de amor. Quanto mais revolvia estes pensamentos em Seu espírito, tanto mais se lhe expandia a alma em efusões de reconhecimento para com Àquele que a elevara, apesar da Sua indignidade, a tal excesso de honra. Faltava-lhe uma coisa só: era um confidente, que pudesse receber-lhe o segredo e associar-se à Sua felicidade. Mas este segredo, preciso lhe era sepultá-lo no mais profundo de Sua alma, até ao dia em que aprouvesse a Deus revelá-lo. Só Ele, o Autor do grande Mistério, podia derramar nos espíritos, quanta luz era precisa para dele lhes dar a inteligência. Inspirou, então, o Senhor a Maria, o pensamento de ir visitar a Sua prima Isabel, cujas inesperadas alegrias o Arcanjo lhe descobrira. E não era justo rodeá-la com os seus cuidados piedosos nessa circunstância da vida, alegrar-se com ela e ajudá-la a agradecer ao Senhor? Era preciso empreender uma viagem de trinta léguas, por montanhas, através dos desertos de Judá; mas a caridade não conhece, nem dificuldades nem fadigas. Por outro lado, o Deus que nela morava, impelia-a com inspirações irresistíveis a por-se a caminho. Numerosas caravanas se dirigiam então para Jerusalém por ocasião das festas da Páscoa. Maria juntou-se com os peregrinos, atravessou a toda a pressa as colinas de Efraim, saudou de caminho a cidade santa, e metendo-se pelas gargantas das montanhas, chegou, após cinco dias de viagem, à velha cidade de Hebron1. Tudo era calma e silêncio na casa do sacerdote ancião. Mudo e solitário desde a visão no templo, meditava nos grandes destinos da criança, que Isabel trazia no seio. E esta, nadando em gozo, passava os dias louvando a Deus, que se apiedara do seu desamparo e amarguras. Não esperava de modo algum, a visita da sua prima, quando de repente, aparecendo-lhe no limiar da porta, lhe dirigiu Maria a saudação costumada: “O Senhor seja contigo!”. Ao som dessa voz mística, Isabel, impressionada até ao fundo da alma, sentiu que a criatura lhe exultara de alegria no seio. Ao mesmo tempo, o seu espírito, iluminado do alto, compreendeu claramente a causa desse jubilo miraculoso. O menino acabava de ser santificado no claustro materno, tal como o Anjo predisse a Zacarias. Purificado da mancha original, inundado de graças, dotado do uso da razão, lá do fundo do seu cárcere, saudou João ao seu Salvador invisível e desempenhando já o seu papel de Precursor, revelava-O a sua mãe. Alumiada de súbito pelo Espírito Santo, já não viu mais Isabel em sua prima uma mulher ordinária, mas uma criatura mais graciosa que os Anjos do Céu. Irrompeu-lhe do peito esta grande exclamação: “Bendita és Tu entre todas as mulheres, e bendito seja o Fruto do Teu ventre!” Exclamação de entusiasmo e de amor, que por todos os séculos afora, irão repetindo todos os corações fiéis em honra da Virgem Mãe; e logo ajuntou Isabel: “Donde a mim tal ventura, que se digne visitar-me a Mãe do meu Deus? Ó Maria, mal ouvi a Tua voz, logo a criatura de que sou mãe, exultou de alegria em meu seio. Feliz de Ti, que acreditaste na Palavra de Deus, pois tudo o que Ele predisse se cumprirá”. Até este momento, assombrada à vista de tantas maravilhas, conserva-se em silêncio a Virgem de Nazaré, mas, ao ouvir os louvores proféticos de Isabel, o seu Coração, como um vaso que transborda, não pode conter os seus sentimentos. A Sua alma elevou-se até Deus, único Ser a quem se deve todo o louvor. Arrebatada em espírito, responde aos parabéns da prima com este hino sublime em honra do Eterno: “A minha alma glorifica ao Senhor, e o meu espírito exulta de alegria, em Deus meu Salvador. Porque se dignou lançar um olhar sobre a sua pobre serva, e eis que doravante me chamarão bem-aventurada todas as nações. Porque operou em mim coisas grandes, Àquele que é poderoso e cujo Nome é Santo. Àquele que de idade em idade estende a Sua misericórdia sobre os que O temem; e que ostentando o poder do Seu braço, destruiu os soberbos e lhes confundiu os pensamentos orgulhosos. Ele precipitou os poderosos do alto dos seus tronos, para elevar os pequenos e humildes; Ele saciou os famintos e despediu com as mãos vazias os opulentos deste mundo”. No Seu êxtase, como que via, a Virgem inspirada, passar diante dos Seus olhos os Faraós, os Holofernes, os Nabucodonosores, os Antíocos, todos esses opressores de Israel, que desapareceram como sombras, com um sopro de Javé. E, contemplava Maria a esse povozinho de Deus, sempre abatido, mas sempre levantado pela mão onipotente do seu Senhor. Logo sucedeu à visão do passado a visão do futuro. Parando com a sua vista profética sobre a pátria escrava e sobre as nações escravizadas pelos espíritos do abismo, lembrou-se que trazia no seio o Redentor de Israel e do mundo: “Javé, exclamou Ela, lembrou-se das suas misericórdias: vai levantar a Israel, seu servo, conforme prometeu a Abraão e à sua posteridade por todos os séculos”. Assim cantou a Virgem de Nazaré, ao anunciar à terra, a vinda do divino Redentor. Assim devem ter cantado os Anjos quando pela primeira vez contemplavam a majestade do Altíssimo. Assim cantaram Adão e Eva à sombra do Paraíso ao admirarem as magnificências da terra e dos Céus. Assim, tomando da Virgem o seu hino de amor, canta na terra toda alma remida, quando, ao declinar do dia, se lembra das grandezas e misericórdias de Jesus, Filho de Maria. Três meses ficou a humilde Virgem com sua prima; três meses decorridos demasiado depressa em piedosas e suaves conversas. Despediu-se, então, Maria dos seus hóspedes muito queridos, Isabel e Zacarias verteram lágrimas ao partir Àquela que levava o Deus dos seus corações, e, Maria chorava também, porque um certo pressentimento a advertia, de que após estes três meses do Céu, iam começar para Ela dias de provação... ________________________ Fonte: R. Pe. Berthe, C.Ss.R., Jesus Cristo – Sua Vida, Sua Paixão, Seu Triunfo, Livro Primeiro, Cap. III, pp. 26-31; Estabelecimentos Benziger & Co. S.A. Editores e Impressores da Santa Sé Apostólica, Einsiedeln, Suíça, 1925. Oração Ó Maria Imaculada, Soberana Rainha das virgens, eis que me ponho sob a Vossa maternal proteção e me consagro neste dia totalmente a Vós. Consagra-Vos o meu corpo com todos os seus sentidos, o meu coração com todos os seus afetos, a minha alma com todas as suas potências, a minha vida inteira, para que todos os meus movimentos sejam um contínuo ato de amor. Coloco, também, ó minha Mãe, sob a Vossa salvaguarda as minhas penas e consolações, as minhas misérias passadas, presentes e futuras, sobretudo, os meus últimos momentos, suplicando-Vos que, assim como entrastes no mundo isenta de pecado, me obtenhais de Jesus, Vosso Divino Filho, a graça de sair deste exílio sem pecado. Finalmente, Mãe Santíssima, ensinai-me a amar a Jesus, para que comece já aqui na terra a viver, a vida que viverei por toda a eternidade, entoando o cântico de amor na Vossa companhia e na de todos os Anjos e Santos por todos os séculos. Assim seja. _______________________________ 1. S. Lucas diz vagamente (1, 39), que a Virgem se dirigiu para uma cidade de Judá, in civitatem Juda. Julgamos com muitos autores, que se trata da cidade sacerdotal de Hebron; posto que outros, seguindo uma tradição da Idade Média, colocam a habitação de Zacarias na pequena aldeia de Ain Karin, a cerca de duas léguas de Jerusalém.
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